Soja anda de lado, mesmo com China comprando

Segundo apurou a pesquisa diária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP), os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam a quarta-feira (15.04) com preços médios da soja nos portos do Brasil sobre rodas para exportação subindo 0,09% nos portos, para R$ 101,17/saca (contra R$ 100,08/saca do dia anterior). Com isto a perda acumulada nos portos neste mês ficou em 0,04%.
De acordo com a T&F Consultoria Agroeconômica, mesmo com as compras da China e com o Dólar subindo 1,0%, os preços médios da soja subiram pouco, “mantendo o movimento de lado iniciado na semana passada”. No interior os preços médios também subiram apenas 0,15% para R$ 93,76/saca, contra R$ 93,62/saca dia anterior. O acumulado do mês ainda está negativo em 0,09%.

“Desde que o dólar começou a andar de lado, os agricultores se afastaram do mercado e mais voltados para a colheita, porque já estão bem vendidos e capitalizados. Mas, com lucros ao redor de 36%, nossa recomendação é que continuem a vender antes que o dólar e os preços caiam mais”, aconselham os analistas da T&F.

Em pesquisa recente, o Bank of America disse que 47% dos gestores consultados esperam que o Real tenha desempenho superior a seus pares na América Latina nos próximos seis meses, alta em relação aos 37% da sondagem anterior. Uma porcentagem de 76% dos respondentes vê o dólar abaixo de 5,00 reais até o fim do ano, com a maioria apostando num intervalo entre 4,80 reais e 5,00 reais.

CHINA

Indústrias chinesas voltaram a dar outra uma beliscada na soja brasileira, comprando novamente 3 cargos ou 180 mil toneladas para embarques em Junho e Agosto de 2020. O Line Up de Soja no Brasil para abril registra programações de 14,5 milhões de toneladas, das quais 9,5 milhões de tone para a China, já tendo sido embarcadas 5,8MT.

De acordo com a ARC Mercosul, a soja brasileira segue aquecida por exportação e desvalorização cambial: “A China tem reconstruído seus estoques de reserva da oleaginosa, já visando o reaquecimento do consumo no pós-COVID19. Seguindo o fluxo semanal de desembarques em solo chinês, já pode ser projetado que em Abril o país asiático importará algo perto de 7 milhões de toneladas de soja e quase 10 milhões de toneladas em Maio”.

Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems

Crédito: DP Mapa