Prêmios da soja brasileira subiram significativamente nos portos
Segundo o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, o acirramento da disputa entre Estados Unidos e China atingiu fortemente a soja. Como consequência, a demanda chinesa da oleaginosa está se voltando para o Brasil, fazendo os prêmios da soja brasileira subirem significativamente nos portos, compensando parcialmente as quedas no mercado futuro norte-americano.
Ele lembra que, em maio, as compras chinesas de soja brasileira aumentaram quase 30% em relação a igual período do ano passado, de acordo com a empresa de pesquisa CEIC: “A maior parte dos importadores chineses parou de comprar a oleaginosa dos EUA, disse Paul Burke, do Conselho de Exportação de Soja dos EUA, e a trading Cargill teme que esse redirecionamento para outras origens seja mais duradouro do que se esperava. Em termos de valor, a soja é o principal alvo das tarifas de Pequim. No ano passado, a China importou cerca de US$ 14 bilhões do grão norte-americano, segundo a Wind Information”.
“Também a alta do dólar no Brasil contribuiu para a melhoria dos preços, tanto os destinados ao mercado interno, como os destinados à exportação. Com isto, está previsto um aumento importante nas exportações brasileiras de soja, podendo colocar em risco o abastecimento das indústrias nacionais, cuja demanda também está alta, diante da demanda de farelo para compensar a quebra de safra argentina e a de óleo, para atender ao aumento de 10% na mistura dos biocombustíveis no país. O setor,como um todo, não pode se queixar neste ano, com certeza”, afirma Pacheco.
Fonte: Agrolink/ Por Leonardo Gottens
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