Soja cai mais de 1% com previsão de chuva na Argentina

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Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quinta-feira, 14, com preços acentuadamente mais baixos. O vencimento de janeiro caiu mais de 1%. A melhora no clima prevista para a segunda quinzena de dezembro na Argentina e no Sul do Brasil pressionaram o mercado.
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, ainda é muito cedo para se falar em perdas produtivas no Brasil e na Argentina e o mercado começa a entender isso. O desenvolvimento da safra brasileira é bom até o momento e o potencial produtivo supera os 110 milhões de toneladas. Sem problemas climáticos a expectativa é que não se tenha perdas produtivas relevantes no Brasil.
Nesta quinta-feira o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou dados sobre as exportações semanais da oleaginosa americana referentes à temporada 2017/2018. Os embarques c ficaram em 1,4 milhões de toneladas na semana encerrada em 07 de dezembro.
Para a temporada 2018/2019, foram mais 113,2 mil toneladas. Os analistas esperavam algo entre 880 mil e 2,35 milhões de toneladas, somando as duas temporadas.
Na Argentina, a Bolsa de Rosário elevou sucintamente suas estimativas de colheita de soja em 100 mil toneladas para 54,5 milhões de toneladas devido a maior área que vem sendo plantada neste ano. Os trabalhos de campo do país atingiram 63,5% da área, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Na comparação com a semana anterior, houve um avanço 10,2 pontos percentuais. O plantio segue 3 pontos atrasados na comparação com o ano anterior.
Aqui no Brasil, os preços da soja apresentaram poucas oscilações e cotações mistas. Poucos negócios foram registrados, devido à forte queda de Chicago. A alta do dólar compensou parte do impacto negativo dos contratos futuros.
Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – US$ por bushel
Janeiro/2018: 9,67 (-11,50 cents)
Março/2018: 9,78 (-11,75 cents)
Soja no mercado físico – R$/saca de 60 kg
Passo Fundo (RS): 71,00
Cascavel (PR): 70,00
Rondonópolis (MT): 64,00
Dourados (MS): 65,50
Porto de Paranaguá (PR): 75,00
Porto de Rio Grande (RS): 75,00
Santos (SP): 75,00
São Francisco do Sul (SC): 75,00
Fonte: Safras & Mercado
Dólar e Ibovespa
O adiamento da reforma da Previdência para fevereiro do ano que vem levou o dólar a fechar em alta de 0,63%, a R$ 3,338, maior cotação desde 23 de junho. No mercado futuro, o contrato para janeiro operava em R$ 3,340, alta de 0,76%.
No início da tarde, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou que a discussão sobre a matéria será em 5 de fevereiro e a votação, em 19 de fevereiro, após o Carnaval. O adiamento da votação foi, em grande parte, por uma indefinição dos votos, afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, após se reunir com Maia.
“Ainda assim, cada vez mais difícil que algo seja aprovado em 2018, ano eleitoral. Até lá, o mercado deve continuar cético”, analisa a equipe econômica da Guide Investimentos. O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, complementa que “o dólar ficou pressionado com as questões da Previdência e se alinha com a deterioração das expectativas do mercado”.
Segundo Rosa, o câmbio no mercado local já está precificado conforme as expectativas com a votação da matéria e tende a ficar na estabilidade. “Não acredito que avance para além de R$ 3,34. Com o recesso do Congresso Nacional e do Judiciário, não vejo eventos que possam mudar esse cenário e o mercado entra em banho-maria”.
Apesar disso, o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula no caso tríplex do Guarujá (SP) em 24 de janeiro pelo Tribunal Regional Federal da 4 Região (TRF4) em segunda instância pode movimentar os ativos antes da reforma voltar à pauta.  Lula foi condenado no primeiro julgamento e pode ficar inelegível para a corrida presidencial.
No dia, o Ibovespa encerrou com queda de 0,67%, aos 72.428 pontos. O volume negociado foi de R$ 11,301 bilhões.
Milho
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou com preços levemente mais baixos. O mercado acompanhou o desempenho negativo da soja, diante da perspectiva de melhor no clima na Argentina e no Sul do Brasil.
As vendas líquidas norte-americanas de milho para a temporada comercial 2017/2018, que tem início no dia 1º de setembro, ficaram em 866,9 mil toneladas na semana encerrada em 7 de dezembro. O número ficou 1% inferior ao da semana anterior. Os analistas esperavam de 750 mil a 1,3 milhão de toneladas, somando-se as duas temporadas.
No mercado interno, o ritmo de negócios segue lento, com vendas pontuais para preencher uma ou outra necessidade mais urgente. A exceção está em São Paulo, cujos consumidores se deparam com estoques encurtados e em grande dificuldade na aquisição de milho. Os negócios envolvendo a safrinha 2018 também fluem de maneira lenta.
Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – US$ por bushel
Março/2018:  3,48 (-0,50 cent)
Maio/2018:  3,56 (-0,50  cent)
Milho no mercado físico – R$/saca de 60 kg
Rio Grande do Sul: 32,00
Paraná: 29,00
Campinas (SP): 34,00
Mato Grosso: 17,50
Porto de Santos (SP): 32,00
Porto de Paranaguá (PR): 31,50
São Francisco do Sul (SC): 31,50
Fonte: Safras & Mercado
Café
Nova York
A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações da quinta-feira com preços levemente mais altos. As cotações foram sustentadas por fatores técnicos, com o mercado buscando uma acomodação após as recentes quedas.
O mercado deu sinais de buscar uma correção técnica nos últimos dois dias. Nesta quinta-feira, a sessão foi volátil e o mercado demonstrou perder força na tentativa de avançar mais.
Londres
Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres para o café robusta encerrou o dia com preços mais altos. O mercado seguiu apresentando correção técnica, com recuperação depois de ter atingido recentemente os patamares mais baixos em um ano e meio. A cobertura de posições vendidas de fundos e especuladores garantiu sustentação ao mercado.
Brasil
O mercado brasileiro de café teve uma quinta-feira de poucas negociações e escassas mudanças nos preços. A comercialização é apenas pontual, de acordo com a necessidade de caixa dos produtores e de abastecimento do comprador. A tendência é de lentidão ante a festividades de final de ano.
Segundo a Safras & Mercado, os produtores brasileiros venderam 66% da safra até o dia 12 de dezembro. A comercialização está atrasada em relação ao ano passado, quando 74% da safra 2016/2017 estava comercializada até então. No entanto, a negociação está à frente da média dos últimos 5 anos, que é de 64%.
A queda de braço entre compradores e vendedores, mesmo surtindo pouco efeito nos preços, continua travando o fluxo de negócios. As vendas com safra nova praticamente estagnaram. Enquanto, no disponível observa-se negócios pontuais, seguindo necessidade de venda do produtor mais curto de caixa ou o desejo de um comprador bastante curto.
Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – em cents por libra-peso
Março/2018: 120,30 (+0,20 pontos)
Maio/2018: 122,45 (+0,20 pontos)
Café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) – em US$ por tonelada
Janeiro/2018: 1.743 (+US$ 31)
Março/2018: 1.740 (+US$ 27)
Café no mercado físico – R$ por saca de 60 kg
Arábica/bebida boa – Sul de MG: 445-450
Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: 450-455
Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: 455-460
Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): 355-360
Boi
Os preços do boi gordo ficaram de estáveis a mais altos nesta quinta-feira. A véspera das festas de final de ano e o imposto de renda, afastam o pecuarista dos negócios e complicam o alongamento da escala de abate dos frigoríficos. Essa retração de negócios tem permitido que a oferta de compra esteja firme, propiciando aumento da cotação.
Em São Paulo, foi mais um dia de alta. A cotação da arroba do boi gordo ficou cotada em R$ 146,50, à vista, livre do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), alta de 2,1% desde o início de dezembro.
De acordo com a consultoria XP Investimentos, são comuns os relatos de boiadas vindas de outras praças, fato que, inclusive, pode ser comprovado pelo diferencial de base estreito com referência à São Paulo.
Segundo a Safras & Mercado, ainda há tendência de alta nos preços
devido ao grande consumo deste período do ano. A oferta de animais prontos para o abate segue bastante restrita, o que dá margem para preços mais altos.
No mercado atacadista, os preços ficaram mais altos para alguns cortes.
Boi gordo no mercado físico – R$ por arroba
Araçatuba (SP): 146,50
Belo Horizonte (MG): 144,50
Goiânia (GO): 143,50
Dourados (MS): 133,00
Mato Grosso: 127,00-131,50
Marabá (PA): 134,00
Rio Grande do Sul (oeste): 4,75 (kg)
Paraná (noroeste): 138,50
Tocantins (norte): 137,00
Fonte: Safras & Mercado, Scot Consultoria e XP Investimentos
Previsão do tempo
A madrugada desta sexta-feira, dia 15, é marcada por uma frente fria que traz nebulosidade para os estados de Santa Catarina, Paraná e sul de São Paulo, mas sem chuvas.
Já no norte de Minas Gerais e Goiás e de Mato Grosso até o Amazonas e Pará, uma frente fria organiza a umidade vinda da Amazônia e traz chuva para as regiões centrais do Brasil.
No Nordeste do país há uma maior nebulosidade ao sul e oeste da Bahia, no restante da região tempo aberto.
Sul
Na sexta-feira, a passagem de uma rápida frente fria na costa induz instabilidades no Sul e a chuva avança não só para o norte gaúcho mas também para Santa Catarina e também o Paraná até o final do dia. Com isso, a temperatura cai um pouco em relação aos dias anteriores e o calorão extremo diminui aos poucos. Ao mesmo tempo, uma nova massa de ar seco avança a partir do Uruguai e o tempo volta a ficar firme nas áreas gaúchas mais próximas daquele país e em seu centro.
Sudeste
A chuva intensa e generalizada perde força entre Minas Gerais e Espírito Santo e somente no litoral capixaba é que há condição para elevados acumulados. Com a aproximação de uma frente fria afastada na costa, a nebulosidade aumenta no sul do estado de São Paulo e a chuva volta a se espalhar também. No entanto, não são previstas chuvas generalizadas e volumosas nestas áreas. Tempo firme apenas entre o centro ao litoral norte paulista, o que atinge também Campinas (SP), e baixada santista.
Centro-Oeste
A área preferencial para chuva forte e generalizada migra para o centro, norte e oeste de Mato Grosso. Por outro lado, a chuva diminui em Goiás e Distrito Federal. Algumas áreas de instabilidade ganham força até o final do dia assim a chuva vem em toda a região, mas forma isolada em Mato Grosso do Sul, com baixos volumes acumulados. Os termômetros seguem registrando muito calor.
Nordeste
Na sexta-feira volta a chover de maneira isolada em alguns pontos do litoral leste do Nordeste, com ventos que sopram do mar contra a costa e que ajudam a organizar instabilidades nestas regiões. Ainda chove no Maranhão e boa parte do Piauí, na Bahia a chuva prevalece no oeste e sul do estado, mas diminui em abrangência e intensidade. Por outro lado, na faixa central do Nordeste o tempo fica mais firme, ensolarado e quente.
Norte
A chuva volta a ganhar força no interior do Pará, assim como no norte de Tocantins. Porém as instabilidades se espalham por toda a região, trazendo condições para pancadas de chuva isoladas.
Fonte: Somar Meteorologia
Fonte: Canal Rural