Soja cai nos EUA sem definições com a China

Contrabalanceando a redução na estimativa de produção na América do Sul

O preço da soja na Bolsa de Cereais de Chicago registrou na terça-feira (29.01) baixa de 4,25 pontos no contrato de Março/19, fechando em US$ 9,19 por bushel. Os demais vencimentos em destaque da commodity na CBOT também fecharam a sessão com desvalorizações entre 4,25 e 4,50 pontos.

Os principais contratos futuros tiveram mais um dia de perdas no mercado norte-americano da soja, com incertezas nas discussões Estados Unidos x China contrabalanceando a redução na estimativa de produção na América do Sul. “Uma nova rodada de negociações entre os dois países será aberta amanhã nos EUA. O consultor Michel Cordonnier reduziu sua estimativa de produção de soja no Brasil e na Argentina em 1,0MT para 114MT e 55MT, respectivamente”, aponta o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica.

De acordo com a Consultoria AgResource, um cenário apático se alastra pelos bastidores do mercado aqui em Chicago: “O volume de operações tem sido medíocre, com o baixo interesse da especulação na falta de novidades a serem compradas. Gestores de fundos de investimento trazem uma inclinação na aposta de que os EUA irão achar termos reconciliatórios com a China”.

A ARC lembra que, em questões políticas, é de alta dificuldade a definição de uma resolução clara, uma vez que as decisões de impacto no mercado estão nas mãos de apenas 2 líderes, Trump e Jinping: “Para os chineses, o consumo do farelo de soja já tem sido parcialmente regulado, com uma desaceleração do crescimento anual da demanda pelo resíduo. Neste ano comercial 2018/19, o uso doméstico de farelo na China cresceu apenas 2,2 MT, sendo 3% sobre o ano anterior, enquanto que o consumo do resto do globo cresceu 5%, em 7,8 MT. É possível com que os asiáticos adicionem políticas de racionamento de demanda, caso a Guerra perdure”, concluem os analistas da ARC.