Tejon – Nova supersafra vem aí, mas cadê o trigo?

Recebemos na Jovem Pan, a Superintendência Estadual da Conab – a Companhia Nacional de Abastecimento, a superintendente Renata de Moraes e a gerente de Desenvolvimento e Suporte Estratégico Marisete Breviglieri, que revelaram estarmos próximos de uma nova supersafra no Brasil, pelo último levantamento de safras da Conab.

Vamos a quase 250 milhões de toneladas. E isso mesmo com a queda severa de produção no Rio Grande do Sul, onde as lideranças gaúchas apontam para diminuição de cerca de 33% no milho, por exemplo. Provavelmente o cereal que será mais procurado neste ano em função do crescimento do uso do milho para etanol. Aliás há uma perspectiva de que o milho venha a ser o cereal mais plantado no Brasil brevemente superando a soja.

Agora, com notícia de supersafra, mesmo com as perdas gaúchas em milho, soja, fumo, uva, o que vai impactar negativamente o PIB gaúcho, onde 1/3 desse PIB é ligado as cadeias produtivas do agro, está sendo considerado um prejuízo de cerca de R$ 7,5 bilhões. No Rio Grande, mas temos outra notícia que revela a necessidade de olharmos com atenção outras cadeias importantes, mas que passam ao largo dos comentários é o trigo.

Com problemas na Argentina, o preço do trigo subiu e a farinha de trigo cresceu 46% em relação ao preço comparado no mesmo período do ano passado. Quer dizer, vai subir pãozinho, macarrão, pizzas, e tudo o que se faz a partir do trigo. Importamos 50% de todo trigo consumido no Brasil. Enquanto isso, no campo, temos condições de plantar mais trigo, inclusive no Cerrado brasileiro, onde a Embrapa acabou com o mito de que trigo somente em regiões frias.

Podemos ter trigo no calor do Cerrado, e um dia seremos também exportadores desse nobre cereal. A Hora do Agronegócio, estamos chegando a quase 250 milhões de toneladas neste ano, mesmo com a infelicidade da estiagem no Rio Grande do Sul.

José Luiz Tejon para Jovem Pan, em 28 de janeiro de 2020.