Valorizado especialmente para exportação, clima e altitude favorecem produção de cafés especiais na Alta Mogiana

Dados do Cecafé apontam que os grãos com qualidade superior responderam por 15% do total das exportações totais de janeiro a maio/2022

Há algum tempo o café tem galgado e conquistado patamares mais elevados – passou de apenas commodity e ganhou status de especial. E os produtores brasileiros estão cada vez mais dedicados a essa produção. Dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) apontam que os cafés com qualidade superior ou que são produzidos com práticas mais sustentáveis representaram 15% das exportações totais brasileiras do produto de janeiro a maio de 2022, com o envio de 2,513 milhões de sacas ao exterior. O preço médio desse produto foi de US$ 305,49 por saca, com receita de US$ 767,7 milhões nos cinco meses. As exportações de cafés especiais geram ao país cerca de US$ 3 bilhões por ano.

Mas o que são cafés especiais? Os cafés especiais se diferenciam desde a colheita. São utilizadas técnicas específicas de colheita e processamento pós-colheita para melhorar a qualidade e enquadrá-lo no quesito de especiais.  Enquanto no café tradicional todos os grãos são colhidos, para os especiais é realizada a colheita seletiva, na qual são utilizados apenas os grãos maduros. Após esse processo, os grãos vão para a seca e, nesta etapa, enquanto os cafés tradicionais levam, em média, dois a três dias, os especiais ficam em média seis a sete dias.

Depois o café descansa em média 30 dias. Para garantir total qualidade, os grãos que irão para a produção dos especiais passam por máquinas que selecionam os maiores, além da seleção de cor e de quaisquer imperfeições.

Então os grãos estarão prontos para a torra e é neste momento em que o especialista em café tem a função de descobrir os sabores e para qual tipo de café cada grão será destinado. Isso é definido a partir do tempo da torra. São avaliados dez atributos do café, para os quais são atribuídas notas de 0 a 10 para cada quesito. Para ser considerado especial, o café precisa ter nota acima de 80 pontos.

E você sabe quais os diferenciais dessa bebida produzida com grãos especiais? Ela possui sabor acentuado e marcante, sendo que o arábica produzido na Alta Mogiana tem características específicas, com sabor de chocolate e frutado.

E é justamente a Alta Mogiana uma das regiões brasileiras que se destaca na produção de cafés especiais, o que é favorecido pelo seu clima e altitude que contribuem para a produção de um café privilegiado. “Porém, o manejo pós-colheita, que foi sendo aprimorado ao longo dos anos, passou a valorizar ainda mais o produto”, salienta Flávia Lancha, vice-presidente da Café Labareda e uma das pioneiras na exportação de cafés especiais da Alta Mogiana.

Em 2001, a Café Labareda começou a pesquisar sobre os cafés especiais e como conseguiriam atingir as exigências internacionais da produção desse tipo de produto. Dessa forma, em 2005, a empresa fundou a Associação de Cafés Especiais da Alta Mogiana. “Sou muito orgulhosa em fazer parte dessa transformação, que começou dentro da nossa empresa e depois conseguimos levar para toda a região”, explica Flávia.

A trajetória dos cafés especiais brasileiros tem sido positiva ao longo dos anos. “A demanda está crescendo e com valor expressivo. Apesar dos desafios, o crescimento do mercado de cafés especiais é de cerca de 20% ao ano”, afirma Flávia.

Sobre a Café Labareda e Agropecuária Labareda – Fundada em 1984 na cidade de Franca (SP), é uma das mais conceituadas empresas exportadoras de cafés especiais do Brasil. Dentre seus produtos estão os cafés Premium e Reserva. O Café Labareda Premium possui corpo marcante, aroma doce, média acidez, leve doçura com toque de caramelo, seleção dos melhores grãos arábica, com alto grau de qualidade, tipo exportação. O Café Labareda Reserva é da variedade Bourbon Amarelo, com corpo delicado, acidez, aroma e doçura marcantes, grãos arábica secos artesanalmente em terreiro suspenso e que passam por um processo rigoroso de escolha. Este é um produto gourmet para paladares apurados.

Ao longo de sua história, os produtos da Café Labareda foram reconhecidos nacional e internacionalmente. Em 2004, conquistou o 1º concurso de qualidade de café Cocapec. Em 2005, foi a primeira da Alto Mogiana a receber um certificado internacional, o UTZ Certified – selo qualidade do maior programa de cultivo sustentável de café e cacau do mundo e conquistou os três primeiros lugares do concurso de qualidade de café de pedregulho e região. Em 2008, a empresa recebeu mais uma importante certificação internacional, o selo Rainforest, concedido a empresas que se destacam pelo desenvolvimento de um negócio sustentável. Em 2018, o Café Labareda recebeu o prêmio da Imaflora como uma das 10 fazendas de café mais sustentáveis do Brasil. Em 2019, a Labareda teve seu café classificado entre os 10 melhores do país no concurso Coffee of the Year. Recentemente, em 2020, o reconhecimento de 2º lugar no Concurso ILLYCafè.

Atualmente, o Café Labareda exporta para diversos países como Estados Unidos, Europa, Japão, Austrália, África do Sul e Dubai.

Fonte: LN Comunicação