Você sabe como a broca-do-café prejudica a qualidade da sua lavoura?

A broca-do-café (Hypothenemus hampei) é uma praga muito conhecida entre os produtores do mundo e é exclusiva do cafeeiro. Como muitos já sabem, ela pode atacar o fruto em todos estágios: verde, maduro, passa e o seco que ainda possui umidade.

Venho percebendo que o ataque da broca-do-café aumentou em lavouras mecanizadas, provavelmente resultado de uma safra malfeita, em que muitos grãos ficam no pé, não foi feito repasse ou por falta de uma boa varrição.

Ano a ano, o ataque da broca está aumentando. Devido às condições climáticas, houve irregularidade nas floradas e o produtor teve dificuldade na hora da safra. Acredito que ainda teremos mais dois anos vivenciando essas condições, portanto é necessário ressaltar que a broca-do-café é um assunto sério e merece atenção especial para que seja realizado um correto manejo.

Vale lembrar que essa praga traz diversos danos, principalmente na qualidade da bebida, sendo a porta de entrada para contaminar o fruto com microrganismos. O cafeeiro sofre então com a queda precoce do fruto e apodrecimento da semente, o que causa um enorme prejuízo econômico.

Alguns danos causados pela broca:

Aspecto físico: devido as lesões, os furos causados pela broca são caracterizados como defeito, o que resulta na desvalorização do produto, portanto um dano econômico;

Na bebida: a queima interna das partículas quando o grão é moído aumenta a quantidade de micropó, trazendo amargor, perda de corpo e sabor ranço. Caso seja “broca suja”, pode resultar em uma bebida “riada” e com esse problema a finalização sempre será curta.

Realizei um teste para descobrir a perda em uma única dose de café espresso utilizando em uma máquina semiautomática. Conclusão: houve uma diferença de 20 grãos entre as doses, ou seja, o produtor tem outro prejuízo quando falamos em usar grãos brocados na bebida.

Dica: A broca-do-café é um assunto sério, produtor! Portanto, coloque na balança se não vale a pena fazer um bom repasse e retirar todos os grãos que ficam tanto no cafeeiro quanto no chão da sua lavoura.

Fonte: Guy Carvalho Por Leonardo Custódio – Supervisor de Qualidade da Agro Fonte Alta