Anúncio da Corteva coloca em xeque futuro do clorpirifós

No início de fevereiro a Corteva, divisão agrícola da fusão entre as empresas Dow e DuPont, anunciou que irá suspender até 2021 a produção de dois defensivos agrícolas com o ingrediente ativo clorpirifós: Lorsban e Cobalt. Os inseticidas possuem recomendações contra pragas importantes para praticamente todas as grandes culturas.

A explicação dada pela empresa foi centrada na baixa da comercialização das marcas, que reduziram em 20% as vendas no período atual, quando comparado com a década de 1990. Mas, a decisão foi tomada também em um período de forte pressão contra os clorpirifós nos Estados Unidos.

Estudos científicos mostram que o inseticida poderia estar afetando a saúde das crianças. Entre os problemas atribuídos ao agroquímico estão o baixo peso no nascimento, QI reduzido e distúrbios de atenção, menciona artigo publicado na plataforma Integrated Crop Management News, da Iowa State University.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) tem permitido o registro de produtos à base de clorpirifós, mas sofre uma alta pressão para restringir seus usos ou até mesmo bani-los. A decisão final em território norte-americano será tomada em 1º de outubro de 2022.

Na Europa a utilização do clorpirifós já foi banida e no Estado da Califórnia, a venda do inseticida foi proibida no início deste mês. A partir de 2021, a proibição será estendida ao uso e a posse do produto. O Havaí e o Estado de Nova Iorque irão banir o químico em 2022, já Oregon, Washington, Connecticut, Nova Jersey e Maryland possuem planos de implementar o banimento no futuro.

No entanto, o uso do defensivo agrícola pelos produtores rurais é considerado necessário, já que o princípio ativo do clorpirifós se mostra um dos mais eficientes no combate a diversas pragas. Por conta disso, alternativas começam a ser implementadas para combater os pulgões em lavouras de soja nos Estados Unidos como o afidopiropeno (Grupo 9D; Sefina, Inscalis, da BASF) e o sulfoxaflor (Grupo 4C; Transform WG da Corteva). Ambos os produtos tiveram sua aprovação da EPA para utilização em território norte-americano no ano passado.

Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems

Crédito: Marcel Oliveira