Aprosoja Brasil quer elevar a 40% teor de óleo e proteína da soja

Medida representaria uma economia de US$ 40 bilhões em logística

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) quer elevar a 40% teor de óleo e proteína da soja produzida no país. A medida pode representar uma economia de US$ 40 bilhões em logística com a redução do volume de grãos embarcado nos navios.

O tema foi debatido durante a missão na Ásia liderada pelo Ministério da Agricultura em maio deste ano e voltou à pauta no encontro entre representantes de governo, empresas e instituições de pesquisa do Brasil e da China, na última semana, em Brasília.

De acordo com dados da entidade, o teor de óleo e proteína dos grãos de soja produzidos vem caindo no Brasil, nos Estados Unidos e na Argentina.

Diante deste cenário, a Aprosoja Brasil sugeriu a formalização de uma parceria entre universidades do Brasil e da China para melhoramento do teor de óleo e proteína da soja e deu início a negociações comerciais entre tradings e produtores para debater o que precisamos mudar para melhorar as precificações.

“O teor dos nossos grãos está caindo. A exemplo do que fez o algodão, a melhor forma de precificar a soja é pelo teor de óleo e proteína e não pelo volume”, afirma o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz Pereira.

“Não faz sentido carregar volumes se, ao final, eles se transformam em óleo”, acrescenta o diretor executivo Fabrício Rosa.

Na prática, ao invés de alocar recursos no aumento da produtividade, como ocorre hoje, o sojicultor reduziria a quantidade de grãos produzidos por hectare e ganharia na qualidade do produto final, o que pode representar também um grande salto na rentabilidade para quem planta.

A medida depende de um conjunto de ações nas áreas de tecnologia e pesquisa. A questão é: como elevar a qualidade do grão? Quais medidas, políticas públicas ou investimentos precisam ser adotadas?

Vantagens para quem produz: Além de vender a soja por um valor mais elevado, outra vantagem está no custo do frete, devido à redução da quantidade de grãos para ser transportado.

Vantagens para compradores: queda com os custos de transporte; queda do custo de produção de carne através da compra de farelo e proteico de melhor qualidade; redução do número de navios para transporte de soja – o que reduziria a poluição dos oceanos, pauta de maior preocupação do IMO – International Maritime Organization – agencia da ONU responsável pelo uso sustentável dos oceanos.

Fonte: Comunicação Aprosoja Brasil