Caroço de pêssego pode ser transformado em produtos sustentáveis com tecnologia inovadora

A economia circular está presente na produção nacional de pêssego em conserva. O caroço de pêssego, um resíduo de difícil destinação e com potencial de contaminar o meio ambiente, está sendo transformado em três novos produtos: óleo de amêndoa de pêssego, carvão ativado e extrato pirolenhoso, a partir de uma tecnologia desenvolvida pela Bioquim, em parceria com o SENAI de Tecnologia em Couro e Meio Ambiente.

“O ponto de destaque, sem dúvida, é a questão ambiental, ao retirarmos quatro mil toneladas por ano de caroços de pêssego que não tinham destinação adequada”, afirma Élita Timm, tecnóloga em gestão ambiental, durante o BW Works SENAI – Empresas Inovadoras, uma iniciativa do Movimento BW, com o apoio do SENAI, transmitido no dia 28 de junho.

A Bioquim recebe os caroços das principais indústrias da região de Pelotas, no Rio Grande do Sul, que é responsável por 99% da produção de pêssego em conserva do Brasil. O resíduo é quebrado em duas partes para a retirada da amêndoa que será congelada, a fim de se extrair o óleo de amêndoa. A parte amadeirada é destinada para um processo de pirólise (carbonização), onde são extraídos o carvão, que é ativado, posteriormente, e o extrato pirolenhoso, que é gerado a partir do resfriamento e condensação de gases.

De acordo com Fábio Pereira dos Santos de Castro, diretor técnico e proprietário da Bioquim, os três produtos são nobres, advindos de uma produção limpa e sustentável e de fácil comercialização. “O carvão ativado do caroço de pêssego possui qualidades únicas, como alta taxa de absorção e grande capacidade de filtração. É um produto inovador para ser usado em vários tipos de indústrias, podendo, inclusive, diminuir a dependência do produto importado”, disse.

Durante o episódio “O resíduo caroço de pêssego e seus lucrativos e inovadores produtos”, que contou com a apresentação de Luís Gustavo Delmont, especialista em desenvolvimento industrial do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Castro comentou ainda que o óleo de amêndoa não é produzido por outra empresa no Brasil. “É um produto muito valorizado no mercado internacional, por contar com ácidos graxos insaturados, ômega 3, 6 e 9, rico em vitamina A e E. Possui penetrabilidade dérmica e tem uma composição parecida com a gordura da pele, sendo valorizada por marcas de cosméticos e pela indústria farmacêutica”, explicou.

Fonte: Sylvia Mie – Mecânica de Comunicação