Carro alegórico ou comissão de frente?
Segundo estatísticas do setor, sob premissa de perda de produtividade, plantio mecanizado de cana tem diminuído em São Paulo e Paraná. A área mecanizada que atingia 77% em 2015/16 da área total plantada, foi de 57% em 2017/18.
Em contrapartida, cresceu o plantio manual, com técnicas como a de meiose (técnica de replantio de mudas).
A diferença em produtividade é grande: 1 hectare de mudas para 500 hectares plantados manualmente, em comparação a 4 hectares no plantio mecanizado.
496 hectares a mais! Muito melhor? Cuidado com conclusões antecipadas! Tenha a foto do todo antes de qualquer decisão.
Ainda é controverso se a operação é mais viável do que o plantio mecanizado. Uma decisão, muitas variáveis – custo de mão-de-obra, diesel, depreciação, produtividade, vida útil do canavial, encargos, entre outros.
Independente do resultado, é preciso avaliar qualquer tecnologia antes de adotá-la! E neste caso, não do ponto de vista quantitativo, mas também qualitativo.
Ou seja, tomar decisões estrategicamente!
Tirar 10 em todos os quesitos, ou se garantir no Grupo Especial?
Recentemente, a Austrália passou por um episódio inesperado. Chuvas intensas castigaram o país, e deixou parte dele debaixo d’água. Além de prejuízos para o país como um todo, nota-se grandes prejuízos para o agronegócio australiano.
Estima-se que 500 mil cabeças de gado morreram, o que equivale a 5% do total dos abates. Alguns apontam que as exportações do 3º maior exportador de carne bovina podem cair de 2% a 3% nos próximos 2 anos.
Bom para você, pecuarista brasileiro?
Enquanto o foco do Brasil é a produção de commodities, a carne Australiana é considerada um produto diferenciado, e assim não apresenta uma “concorrência direta” com a produção brasileira.
Contudo, a menor oferta pode influenciar indiretamente os preços do mercado mundial.
Pode acontecer que este fato beneficie alguns. Contudo, não vamos esperar para ver, não é mesmo? Como está seu planejamento comercial?
Mitigue os riscos de preço baixo, tentando sempre aproveitar “oportunidades” adicionais!
Garantindo confetes e serpentinas
A suíça Syngenta, controlada pela ChemChina, retomou lucros em 2018, principalmente devido à América Latina. Impulsionadas pelo Brasil, as vendas de defensivos e sementes cresceram 20% e 55%, respectivamente.
Contudo, vale destacar alguns desafios superados. “Houve uma falta de produtos que causou estresse, mas conseguimos contornar” – afirmou o diretor regional da América Latina.
Neste caso, beneficiada pela proximidade com fornecedores chineses – facilitada pela controladora. Isso acontece em outras proporções em todo agronegócio.
Você já deve ter tido que realizar uma compra com outro fornecedor. Ou ainda, buscar a concorrência para melhorar preços, condições, ou apenas garantir o suprimento de um insumo ou serviço.
Isso se faz crucial em todo modelo de negócios, e vai muito além de “fazer orçamentos”. Condições de pagamento, confiabilidade, prazos, qualidade, garantias, entre outros. Gestão estratégica da cadeia de suprimentos.
Contemple-a em seu planejamento comercial – e estratégico!
Maior a avenida, maior o enredo
O Ministério da Agricultura anunciou que vai ampliar linhas de crédito de investimentos para produtores em R$791 milhões. Contudo, muito cuidado ao avaliar tais alternativas.
Acompanhado do capital necessário para o investimento – uma máquina, ou armazém, por exemplo – pode existir uma necessidade de capital adicional, para usufruir dos benefícios do investimento.
Ou seja, comprar uma máquina, pode exigir mais diesel, mão-de-obra, manutenções, assistência especializada, entre outros. Quando falamos de gestão, estamos falando de capital de giro – o capital necessário para sustentar a operação.
Sem ele, pode não ser possível usufruir do potencial máximo do investimento. Lembre-se de contemplar sempre a necessidade adicional de capital para sustentar tais operações, em suas avaliações de investimentos!
Fonte: Perfarm