China deve voltar a comprar soja dos EUA

Brasil não conseguirá suprir a demanda de consumo de soja dos chineses

Analistas de mercado afirmam que que a China deve voltar a comprar soja dos Estados Unidos mesmo com a sobretaxa de 25% anunciada pelos orientais. Os especialistas acreditam que a tendência é de que as cotações de grãos na Bolsa de Chicago se recuperem nos próximos meses, independentemente da medida chinesa começar a vigorar nessa sexta-feira (06.07).

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), os preços da soja diminuíram devido ao desentendimento entre Donald Trump e o governo chinês. Outro fator que também vem colaborando para a queda dos preços é o bom índice de produção da oleaginosa em solo norte-americano, onde 71% das lavouras estão em condições classificadas como ótimas ou excelentes.

Para Enilson Nogueira, analista da consultoria Céleres, pode ser que a soja seja cotada acima dos US$ 9 por bushel, mas nada muito significativo. Ele explica que o preço atual, que vence em agosto, caiu 5,5 centavos e chegou a US$ 8,48 o bushel. “Acho que a cotação da soja está muito perto do fundo do poço e tende a se recuperar agora”, comenta.

Outro profissional que compartilha da mesma opinião é Victor Ikeda, analista do Rabobank. Segundo ele, a China deve comprar mais soja dos EUA e isso fará com que as cotações voltem a crescer. “A China tem de comprar 20 milhões de toneladas no terceiro trimestre do ano, e o Brasil só tem condições de suprir 5 milhões de toneladas dessa demanda”, pontua.

Nesse sentido, Ana Luiza Lodi, da INTL FCSTone, lembra que 75% da safra brasileira de 117,14 milhões de toneladas já foi comercializada. Ela disse ainda que acha muito pouco provável que a China consiga seguir ignorando os EUA. “Mas como a China não terá como continuar evitando as compras por muito tempo, a tendência é que os preços encontrem suporte”, finaliza.

Fonte: Agrolink/Por Leonardo Gottems

Crédito Imagem: Domínio Público/Pixabay