Clima seco compromete potencial produtivo da safrinha em Goiás

Em meio à falta de chuvas e das altas temperaturas, as lavouras de milho safrinha já apresentam perdas no potencial produtivo nas principais regiões de produção no Brasil.  As incertezas quanto à produtividade têm dado sustentação aos preços do cereal praticados no mercado interno.

“Os produtores estão limitando as vendas, atentos ao clima seco, que pode prejudicar a segunda safra. Por outro lado, o maior interesse dos compradores também contribui para a alta nos valores do milho”, destacou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em seu comentário semanal.

Assim como em outras regiões, em Goiás a situação também é bastante preocupante. As lavouras de milho safrinha estão há mais de 20 dias sem chuvas e as temperaturas permanecem elevadas. No estado, o Sudoeste é responsável por 80% da produção do cereal na segunda safra.

O analista técnico do Instituto Para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Cristiano Palavro, reforça que “O déficit hídrico está aumentando a cada dia e as lavouras têm sofrido com a ausência de chuvas, mas ainda não é possível avaliar as perdas. Porém, podemos afirmar que não teremos uma safrinha com produtividade excelente”.

Ainda na visão do analista, cerca de 30% a 35% da safra, estimada até esse momento em 7,2 milhões de toneladas, está mais suscetível às intempéries climáticas. São áreas cultivadas tardiamente, dentro do mês de março, e que podem apresentar perdas mais significativas caso as chuvas previstas a partir do final dessa semana não se confirmem.

“O restante de 65% a 70% da safra, semeada dentro do mês de fevereiro, que poderia ter um rendimento excelente deverá ter uma produtividade dentro da normalidade. Isso por conta da interferência climática”, explica Palavro.

O cenário já tem afetado o ritmo dos negócios no estado e dado sustentação aos preços. “Temos valores entre R$ 30,00 a R$ 31,00 no estado nesse momento. E estamos acompanhando a retração nas vendas por parte dos produtores”, destaca o analista.

Texto: Notícias Agrícolas 

Foto: Arquivo Faeg