Confusão no processo de impeachment e mercado financeiro reage com nervosismo

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) passou a despencar 3,44%, abaixo dos 50 mil pontos, e o dólar dispara 4,67%, para R$ 3,669, pouco depois de o presidente interino da Câmara dos Deputados Waldir Maranhão (PP-MA) ter anulado a tramitação do impeachment no Congresso. As principais ações passaram a despencar com força, como o tombo de 10% da Petrobras.

— O afastamento da presidente Dilma, apesar de ser dado como muito provável, ainda é uma questão sensível para os investidores. Por isso, qualquer risco à resolução dessa crise política é visto como muito negativo. É preciso lembrar que a Bolsa já havia subido muito nos últimos meses por causa das chances de um impeachment — afirmou Paulo Gomes, economista-chefe da Azimut.

O clima no início do pregão já era negativo como resultado do desapontamento dos investidores com números sobre a economia chinesa divulgados no fim de semana. A queda do petróleo no mercado internacional também contribui para o mau humor do mercado.

As importações chinesas retraíram 10,9% em abril em base anual, para US$ 127,2 bilhões. Foi o décimo oitavo mês seguido de contração. Nos quatro primeiros meses de 2016, as importações caíram 12,8% na mesma base de comparação. Já as exportações recuaram 1,8% no mês passado.