Especialista relata os critérios para formação de pasto

O planejamento é um processo fundamental para quem pretende formar, reformar ou recuperar uma pastagem. Existem vários passos necessários para que o produtor tenha sucesso. O primeiro é contar sempre com a experiência e o conhecimento de um técnico, para orientá-lo inicialmente no que fazer, indicar a quantidade necessária de calcário e fertilizantes, o controle adequado das plantas invasoras, práticas conservacionistas do solo e também escolha da espécie forrageira mais adequada, entre outras orientações para eliminar a degradação desta pastagem.

O trabalho envolve analisar previa André Tadao Tsuhako* mente todos os custos envolvidos, desde a manutenção de tratores e equipamentos até a compra de insumos como calcário, fertilizantes, herbicidas e sementes. A falta de critério pode fazer com que o produtor tenha gastos sem controle, levando à compra de insumos e equipamentos desnecessários, o que acaba por comprometer o caixa no momento da aquisição de produtos importantes.

É o caso das sementes de forrageiras. O produtor gasta muito com óleo diesel, preparo de solo, calcário, herbicida e mão de obra, mas esquece da semente, tendo de comprar a mais barata porque está sem verba.

A escolha de uma semente forrageira de boa qualidade é fundamental para o sucesso do estabelecimento da pastagem. Além de apresentar uma boa germinação – não somente viabilidade –, ela tem de ser de alta pureza, respeitar as quantidades de sementes infestantes permitidas por lei e fornecer condições mínimas para o estabelecimento de plantas vigorosas, com crescimento uniforme e bom desenvolvimento.

Quando o produtor opta por sementes de menor qualidade ou aquelas chamadas “piratas”, os problemas acontecem antes mesmo do uso da pastagem estabelecida. Um bom exemplo são as sementes que trazem consigo alta contaminação por sementes de ervas daninhas. Muitas vezes, a contaminação é tão grande que o produtor tem de fazer o controle manualmente ou com herbicida. Quando isso acontece, perde-se tempo, pois é preciso esperar as plantas florescerem, formarem sementes, aguardar que amadureçam e caiam no solo, para utilizar a área, ainda com o risco de ter de replantar áreas falhadas. Frequentemente, as sementes adquiridas são tão ruins que as plantas germinadas nem são da espécie ou da cultivar adquirida. Tudo isso resulta em altíssimos prejuízos.

No caso de áreas agrícolas, o risco é muito maior. Imagine um produtor de soja contaminar a área de plantio com nematoides que causam danos à cultura, como Pratylenchus, Heterodera e Meloydogines, entre outros. Ou mesmo levar esclerócios de fungos como Esclerotinia e Claviceps, ovos de diversos insetos, além de sementes de ervas daninhas como a buva (Conyza bonariensis) e o amargoso (Digitaria insularis). Todos esses contaminantes podem estar presentes em sementes de forrageiras de baixa qualidade.

Fonte: Revista AG