Por Alexsandro Nishimura*
O pregão prensado entre o feriado de Tiradentes e o final de semana, em meio também aos desfiles de carnaval fora de época no Rio e São Paulo, foi de perdas na B3, com o Ibovespa acompanhando a maior aversão ao risco das bolsas internacionais.
Lá fora, as sinalizações mais hawkish por parte do FED e do BCE pesaram sobre o humor dos investidores. Powell disse que uma ou mais altas de 0,50 p.p. são apropriadas e Lagarde afirmou que o BCE deve subir juro ainda esse ano. Além disso, o começo da temporada de resultados nos EUA vem desapontando.
As sinalizações mais hawkish das autoridades monetárias norte-americanas e da zona do euro também se refletiram sobre o câmbio, com o dólar ganhando força, acima de R＄ 4,70.
O mercado nacional absorveu também as notícias internas desfavoráveis, que geram desconfiança nos investidores, como a postergação da privatização da Eletrobras, cujas ações registraram fortes perdas. O novo ruído político entre o Executivo e o Judiciário quanto à intervenção no caso do Daniel Silveira incrementou o mau humor local.
Já os papéis da CSN despencam, em meio a maior busca por segurança e preocupações sobre os resultados do primeiro trimestre de 2022.
Na renda fixa, o juro longo abriu enquanto os mais curtos operaram estáveis, com Campos Neto com viés mais dovish em encontro com investidores em Washington.
Alexsandro Nishimura*, economista, head de conteúdo e sócio da BRA
Fonte: Hochmuller Multimídia
