Goiás tem mais de 237 mil hectares de área irrigada por pivôs centrais

Em um momento de crise econômica no país, o setor de agronegócio comemora o aumento da área irrigada em Goiás. Na última sexta-feira (23), o Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos da Secretaria de Gestão e Planejamento (IMB/Segplan) divulgou um novo levantamento da área irrigada de Goiás. Em 2000, a área irrigada por pivôs era de 117.773 hectares (ha), passando para aproximadamente 212.217 ha em 2013. Em 2015, este número chegou a 237.365 hectares, um incremento de 24,698 ha, ou 11,61%.

O estudo destaca todos os pivôs centrais instalados em Goiás e no Distrito Federal no ano de 2015, que revelou um total de 3.502 equipamentos, sendo 3.284 em Goiás e 218 no Distrito Federal com área irrigada de 237.365,60 hectares e 13.519,83 hectares, respectivamente.

Pivô central 

A agropecuária é uma das atividades bases da economia goiana. Seu grande avanço nas últimas décadas passa pela aplicação das mais diversas técnicas de irrigação, por ser uma tecnologia com aproveitamento hídrico, gerando excelente produtividade. Segundo a consultora técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Jordana Gabriel Sara, os dados só comprovam a representatividade da agricultura irrigada em todo país. “O mundo produz 5,5 bilhões de toneladas de alimentos, sendo que 20% desta área é irrigada e responsável por 50% da população mundial”, sinalizou.

Atualmente, Goiás é o 4º maior produtor de grãos do país, com aproximadamente 10% da produção nacional. O estado reponde também por mais de 15% dos bovinos abatidos no Brasil. Segundo ela, nos próximos 25 anos, 80% dos alimentos necessários à população humana serão providos pelos cultivos irrigados. Outro ponto apresentado pela consultora, é que a irrigação em Goiás emprega aproximadamente 17 mil pessoas de forma permanente e 28 mil temporariamente, totalizando 45 mil empregos diretos.

Modelo de gestão

Em análise do mapeamento em comparação aos dados históricos sobre pivôs centrais realizada pela Gerência de Cartografia e Geoprocessamento do IMB, observa-se que Cristalina se manteve como principal utilizador de pivôs nos últimos anos, apresentando o maior incremento (4.336,79 ha) em comparação ao ano de 2013.

Segundo o diretor executivo da Irrigo, Alécio Maróstica, existe hoje no município uma demanda muito grande por novas irrigações. De acordo com a Agência Nacional das Águas, para que haja liberação de novas outorgas para irrigação é preciso que se crie um modelo de gestão coletiva entre os irrigantes. Em Cristalina, por exemplo, os 57.307 hectares irrigados produzem mais que os outros 259.200 hectares não irrigados. “Descobrimos o caminho para a produtividade e agora precisamos nos organizar para garantirmos o uso do nosso principal insumo: a água”, pontuou Alécio.

Fonte: Assessoria de Comunicação Irrigo 
Thalita Braga 
Foto: Arquivo Faeg