Inovação aberta e cultura empresarial podem alavancar as inovações no setor florestal

O tema Gestão da Informação abriu as apresentações do segundo painel do 9º Workshop Embrapa Florestas/Apre

O tema Gestão da Informação abriu as apresentações do segundo painel do 9º Workshop Embrapa Florestas/Apre, no dia 03 de agosto. O assunto foi abordado pelo engenheiro florestal Mário Sant´Anna Junior, da MPR3 Consultoria. Mario Sant´Anna Junior abriu sua apresentação abordando a alta velocidade das mudanças, característica das transformações atuais no mundo. A inovação, segundo o consultor, pode ser entendida como o processo de se manter adaptável às mudanças e transformações. Com a desatualização constante gerada pelo mundo digital, é fundamental investir em conhecimento e atualização. “Se inova para produzir valor, buscando a manutenção da competitividade. A Embrapa, por exemplo, tem sido um braço importante desse desenvolvimento, em parceria com as áreas de pesquisa das empresas, bem como todos os relacionamentos que os programas cooperativos fazem ao buscar transformar o setor Florestal em algo que mira o externo”, afirma.

Um dos primeiros desafios das organizações, segundo o consultor, seria conseguir criar um portfólio estrategicamente equilibrado de iniciativas capazes de ampliar a sua oferta de valor e manter ou elevar sua competitividade. Este portfólio, usualmente, é estruturado em três horizontes. O horizonte 1, ou incremental, mira o negócio atual, com os produtos atuais, introduzindo pequenas inovações que possam ser percebidas como valor adicionado pelos clientes ou processos, e que funciona em espiral. Já o horizonte 2 tem como escopo a viabilidade econômica de projetos de crescimento e o horizonte 3 se caracteriza por ser radical ou transformacional, no qual ocorre o desenvolvimento de novas tecnologias e materiais, com modelos de negócio disruptivos, e com ideias de maior risco, no qual se busca entender a viabilidade técnica e o aprendizado. “Cada um destes horizontes tem características diferentes e exige diferentes estilos de liderança, diferentes competências e times”, diz.

Os tipos de inovação podem ser de produto, modelo de negócio, processo, estrutura, operacional, de produção e serviços. Sant´Anna Júnior ainda falou sobre o processo de inovação, nos quais se destacam as startups . Os estágios deste processo perpassam por uma direção estratégica (que define iniciativas e estratégias e realiza uma campanha); segue-se para a etapa do aprendizado (no qual ocorre a ideação e a seleção de propostas), e finaliza-se com a fase de crescimento e valor (em que se desenvolvem e comercializam os projetos), que é quando ocorre a gestão do portfólio do projeto.

Um ponto destacado por Mário Sant Anna foi a importância de se ter uma inovação aberta. “As organizações precisam olhar para fora e buscar novos caminhos para geração de inovações, ao invés de dependerem inteiramente dos seus departamentos de pesquisa e desenvolvimento”, diz. Ao final, o consultor fez uma breve reflexão sobre as principais barreiras à inovação. “Por que as empresas falham nas inovações? A maioria dos problemas se deve a questões internas, de cultura da empresa, como também de recrutamento”, diz.

No debate final, Mário comentou sobre a disparidade de qualificação entre as grandes, médias e pequenas empresas. “Existe um gap entre as empresas que está ficando cada vez maior. Observamos que as grandes empresas, pela escala que adquiriram, podem oferecer um ambiente com treinamento e especializações totalmente diferente de quem está lutando nos layers intermediários. Eu sou otimista, mas também realista: acho que este processo está ganhando muita distância e, se não houver mais ações, e este workshop é um bom exemplo, e também ações governamentais, este gap vai se tornar maior. A escassez de mão de obra pode ser um dos primeiros sintomas que aparece como indicador desta distância”, aponta.

O Workshop é uma realização da APRE e da Embrapa Florestas, com patrocínio de Becomex, Lavoro/Florestal, Remsoft e Trimble; e apoio de Abimci, Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Sistema Fiep, Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef), Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Unicentro Paraná e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Fonte: AgroLink