Cases apresentados em feira confirmam sucesso da integração pecuária-lavoura

A importância da tecnologia para a melhora da rentabilidade do produtor rural e os benefícios da integração pecuária-lavoura deram o tom da manhã da sexta-feira (17) no Parque de Exposições de Pontes e Lacerda, onde é realizada a primeira edição da Oeste Rural Show, feira de negócios agropecuários. Os presentes ao evento puderam conhecer três cases de sucesso no setor, fazer perguntas e ouvir as contribuições de representantes do setor.

Primeiro a apresentar sua experiência, o produtor Luciomar Machado explicou aos presentes como a tecnologia aliada à integração possibilitou a ele, entre outras coisas, melhorar em 40% o volume de abate em apenas um ano. O produtor, que passou pelas diversas fases que viveu Pontes e Lacerda, desde o garimpo, passando pela indústria madeireira, pecuária e agora a criação de gado integrada aos grãos, afirma que a região oferece oportunidades para diferentes situações.

Luciomar destacou de que forma ocorreu a integração em sua fazenda. “Minha propriedade tem terras ótimas, boas, médias e fracas e como as terras mais fracas já não estavam sendo produtivas estava ficando muito caro prepara-las para aguardar o retorno da boiada. Com a chegada da agricultura, eu percebi que eu gastava um pouco mais, mas aproveitava melhor a minha recuperação”.

Representando a empresa que comercializa a segunda melhor carne do Brasil, Cristiane Rabaioli, diretora da Celeiro Carnes Especiais, afirmou que o melhoramento das pastagens, possibilitado com a tecnologia implementada fruto da integração lavoura-pecuária, auxilia a empresa a comercializar um produto de altíssima qualidade.

“Quanto mais investimento em tecnologia na produção de pasto, mais qualidade vamos ter deste animal para oferecer ao consumidor. A vinda da integração lavoura-pecuária é um benefício enorme. Trazer um pouco desta tecnologia vai melhorar a qualidade no geral”.

Rabaioli ressaltou que a Celeiro já adquire muitos animais criados na região e isso é resultado da alta qualidade da carne apresentada pelos produtores. “Agora, com a vinda da agricultura para esta região, isso só tende a melhorar, porque a qualidade genética do animal já é muito boa”.

O último case foi apresentado pelo produtor José Eusébio, da Fazenda São José. Português de nascimento, ele foi considerado um dos melhores produtores da Europa e encontrou na região um local propício para continuar com o agronegócio. De forma simples, ele explicou a importância da integração, com o conhecimento de quem tem 80 mil cabeças de gado, sendo 50 mil vacas e 15 mil hectares de soja plantada. “Só a lavoura não paga a conta. Só a pecuária muito menos. Então, integrando as duas culturas se encontra a rentabilidade necessária para o negócio. Uma coisa complementa a outra”.

Vice-presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Amarildo Merotti exaltou os cases apresentados e o volume de conhecimento transmitido pelos painelistas aos produtores presentes. “Esta região será mais eficiente do que o cerrado, porque há um conjunto de fatores comprovados nestas apresentações. Temos terra boa, clima bom, pessoas desbravadoras, de visão e que sabem mexer com o gado”. Ele foi um dos debatedores da manhã.

Para assegurar que estas boas práticas se intensifiquem em toda a região, o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar/MT), Otávio Celidônio, que também participou dos debates, ressaltou o papel da instituição e a parceria com o Sindicato Rural de Pontes e Lacerda para levar conhecimento aos trabalhadores e produtores do campo.

“A discussão foi extremamente importante. A integração veio para ficar, mas ainda há muita incerteza no produtor. É importantíssimo ter momentos como este, troca de experiências, observar como foi feito. O painel enriqueceu muito neste sentido. O Senar atua em qualificação aos trabalhadores, aos produtores, para que eles consigam ter o melhor proveito operacional possível. Temos tecnologia desenvolvida para a integração, mas o gargalo está na mão-de-obra e o Senar existe para isso, para fornecer este conhecimento”, pontuou.

Fonte: ZF Press