Forrageiras incrustadas otimizam rotação de culturas

“Uma alternativa para o plantio da semente de Brachiaria é o uso de sementes forrageiras incrustadas, que melhoram a ‘plantabilidade’ em virtude de uniformidade de tamanho e peso, além dos tratamentos agregados às sementes como fungicidas e inseticidas”. A afirmação é de Emerson Ferrari Netto, Médico Veterinário e Supervisor de Vendas da Barenbrug do Brasil.

A Integração Lavoura e Pecuária (ILP) já é uma realidade muito difundida no Brasil, ganhando espaço com a necessidade de intensificação das áreas para não desmatar novas terras, bem como a melhoria da estrutura do solo. Com isso, explica ele, o agricultor começou a investir no uso de Brachiaria para a formação de palhada.

“Inicialmente, essa escolha apresentou resistência por parte dos produtores mais tradicionais, já que essa forrageira promove multiplicação do nematoide Pratylenchus brachyurus. Ao longo do tempo essa barreira foi superada, pois se comprovaram os benefícios de seu emprego, que são infinitamente superiores à multiplicação dos nematoides”, relembra o especialista.

“Iniciou-se, então, o uso de Brachiaria ruziziensis cv Ruziziensis em sobressemeadura na soja com intuito de formação de palhada, visando o aumento de matéria orgânica no solo. Simultaneamente, alguns produtores começaram a adotar a Crotalaria spectabilis cv Roth como uma alternativa para a rotação de cultura, principalmente em áreas com infestação alta de nematoides, uma vez que essa espécie além de diminuir a população de nematoides, pode acumular até 130 quilogramas de nitrogênio (N) por hectare na parte aérea, provenientes da fixação biológica”, explica.

De acordo com Ferrari Netto, novas técnicas de plantio permitiram a ampla difusão da tecnologia, sem prejuízo para a cultura e permitindo que a forrageira fosse plantada na terceira caixa da plantadeira, a lanço ou de avião. Seu emprego veio como uma boa opção de integração com a pecuária, garantindo alimento para o gado na entressafra, agregando valor ao negócio e, ainda, melhorando a estrutura do solo com o aumento da matéria orgânica.

Independentemente do sistema usado, o importante é não deixar o solo descoberto e intensificar cada vez mais a produção na mesma área, visto que a competição por outras culturas como a cana-de-açúcar é cada vez maior, pois o retorno financeiro por hectare desta cultura é bastante atrativo. Atualmente, em algumas regiões privilegiadas por clima, já é possível fazer safra, safrinha e boi, ou seja, três safras em um ano, tendo um rendimento por hectare maior do que qualquer sistema solteiro, como seria com pecuária ou agricultura de formas isoladas”, conclui.

Fonte: AGROLINK –Leonardo Gottems

Imagem créditos: Embrapa