Geadas não causam tantos estragos no RS 

“No momento da geada a umidade era baixa, pois fez sol e vento sábado”

O analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, informou que as geadas ocorridas no Rio Grande Do Sul nos últimos dias só causaram estragos consideráveis nas áreas de baixadas. Segundo ele, as geadas do amanhecer dos dias 26.08 e 27.08 no trigo não causaram tantos estragos devido à baixa umidade, existência de vento e de sol.

“No momento da geada a umidade era baixa, pois fez sol e vento sábado, embora tivesse chovido na sexta-feira (fator positivo). As temperaturas atingiram em baixadas (no pé da planta) até -2 graus (fator negativo). Mas houve uma elevação rápida de temperatura (08:30 marcava 8 graus) (fator positivo)”, explica Pacheco.

Ele explica que, para que a geada causasse estragos significativos no trigo, a temperatura teria que ser ainda mais baixa do que o registrado nesses últimos dias. “O grosso do trigo está emborrachando, precisaria de temperaturas de -2 a -3 nos locais abrigados de medição, ou seja -5 no pé da planta para ter estragos grandes e não houve isso. Portanto, rompimento de planta, parece descartado”, comenta.

No entanto, ele alerta para que os produtores tenham cautela e esperem mais, no mínimo, uma semana para fazer os cálculos. De acordo com o analista, é possível que os prejuízos da geada se manifestem, mesmo que em baixa escala, até sete dias depois da incidência do fenômeno.

“De qualquer maneira, precisamos ainda aguardar de cinco a sete dias, após a geada, quando o prejuízo pode ser comprovado. E provavelmente teremos um ano em que haverá oscilação de rendimento e tamanho de grão em uma mesma área, conforme ela se eleva ou inclina”, finaliza.

Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems