Gestão de estoque: para controle ou para tomada de decisão?

Todo agronegócio está sujeito a oscilações de mercado ao longo do ano agrícola. Oscilações podem resultar em maiores ganhos ou perdas econômicas. Logo, estabelecer estratégias por meio da gestão de estoque, pode resultar em maior rentabilidade.

Entretanto, a estratégia em questão deve ser avaliada sob aspectos que vão além de garantir melhores oportunidades mercadológicas. A gestão de estoque torna-se mais um diferencial para empreendimentos que almejam maior lucratividade. Dado que a mesma possibilita explorar maneiras mais eficazes de utilização de capital.

Diversos modelos de negócio já usufruem deste benefício. Basta você entender agora como a gestão de estoque impulsiona maiores lucros através de decisões melhores informadas.

NÃO É SINÔNIMO DE CONTROLE DE ESTOQUE

A gestão de estoque é reduzida, muitas vezes, à atividade de monitoramento. Todavia, é preciso compreender que a gestão de estoque vai muito além do controle de entradas e saídas de produtos.

Em adição à função de controle, a mesma possibilita desenhar tomadas de decisões mais precisas em relação ao agronegócio. Os impactos desta gestão, influencia em diversos segmentos do seu empreendimento:

  • Gestão de compras
  • Carregamento de capital
  • Perecibilidade do produto
  • Avaliação da eficiência operacional
  • Custo de oportunidade
  • Gestão orçamentária

GESTÃO DE COMPRAS

A gestão de estoque, juntamente com a de compras, possibilita grande sinergia de benefícios, quando se pensa em redução de custos de produção. Uma boa condução destas estratégias permitirá melhor visualização das oportunidades de compras de insumo.

A avaliação entre o dinheiro disponível em caixa e o preço estabelecido no mercado possibilitará decisões mais concretas da quantidade a ser comprada e armazenada.

CARREGAMENTO DE CAPITAL

A escolha de armazenar determinado item agrícola incorre custos financeiros. A partir do momento em que se decide deixar um item parado, escolhe-se também deixar o capital empregado parado. Desta forma, qualquer produto estocado carrega junto a si, um custo.

Um exemplo é o custo advindo diretamente da energia gasta para manter um silo funcionando. Assim como, o tempo em que um gado permanece aguardando melhor preço de arroba. O carregamento de estoque é uma variável que precisa ser levada em conta.

Cabe ressaltar que estocar a espera de um preço mais interessante da saca ou arroba, nem sempre concretiza maiores lucros. À medida que se mantém capital empregado em estoque, menor será seu capital de giro para outros recursos.

PERECIBILIDADE DO PRODUTO

Insumos apresentam de uma forma ou outra, algum grau de perecibilidade. Vencimentos mais visíveis como os encontrados em medicamentos, devem ser respeitados para não comprometer sua eficácia. Como também, vencimentos menos notórios, como por exemplo, a biodisponibilidade de uma vitamina ou a eficácia de um fertilizante.

Tendo em vista diversidades como estas, as mesmas devem ser avaliadas quando se pensa em gestão de estoque. A mesma afirmação é válida também em produtos acabados.

Dependendo do produto final, o mesmo apresenta um grau de perecibilidade que não permite utilizar a estratégia de estocagem. Exemplos de produtos que compõem este quadro são os da fruticultura, no qual deve-se adotar estratégias personalizadas.

Nestas situações, o qual a estocagem ocasiona perda de qualidade, maior será a complexidade da gestão de estoque. Identificar o ponto ótimo entre qualidade, tempo e valor de venda, são exemplos de parâmetros que devem ser levados em consideração.

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA OPERACIONAL

Uma das métricas que possibilitam diagnosticar o seu agronegócio é a avaliação da eficiência operacional. Esta avaliação contempla custos desde o insumos à comercialização do produto acabado, incluindo a estocagem.

Os cálculos de eficiência operacional serão facilmente vistos no regime de competência. Nesta modelagem, levará em conta qual foi a efetividade do uso de determinado recurso em relação ao produto final.

A eficiência operacional aplicada à gestão de estoque nos indicará qual foi a viabilidade de estocar determinado produto em relação ao seu valor de venda.

CUSTO DE OPORTUNIDADE

Em adição ao tópico de Carregamento de capital, nós temos o custo de oportunidade. Dado que, a opção por estocar gera um carregamento de capital que não permite ser aplicado em outro local. Esta invalidez na aplicação traz como consequência a renúncia de outras oportunidades, conferindo assim o chamado custo de oportunidade.

Portanto, a má gestão de estoque está intimamente relacionada ao mau uso e emprego de capital. Um agronegócio no qual não se avalia os custos de oportunidades está fadado a más escolhas e, consequentemente, em menor lucratividade.

GESTÃO ORÇAMENTÁRIA

Fora os aspectos mencionados acima, a gestão de estoque atua diretamente na sua gestão orçamentária. Com base nas escolhas em relação à quantidade e tempo de determinado estoque, o mesmo deve ser mencionado na gestão orçamentária.

A importância de um departamento financeiro reforça que, qualquer que seja as medidas tomadas a campo, as mesmas serão apuradas no relatório financeiro. Portanto, incluir a gestão de estoque na sua gestão financeira impactará positivamente na veracidade do seu negócio.

GESTÃO DE ESTOQUE PARA TOMADA DE DECISÃO

Como visto acima, a gestão de estoque é presente em diferentes níveis do seu agronegócio. E, visto todo esse potencial, a mesma deve ser explorada ao definir novas estratégias.

Embora apresente-se interessante, deve-se garantir que a mesma esteja sendo feita de maneira correta. Sistemas simplificados não condizem com as particularidades encontradas no Agronegócio. A apuração da viabilidade econômica de um estoque dependerá de métodos e cálculos apropriados.

Fonte: Perfarm