O preço do feijão carioca não para de subir no Brasil e nesta terça-feira a saca foi negociada na máxima histórica de R$ 420 em São Paulo. O valor é 30% maior do que o praticado na mesma época do ano passado, quando uma saca era vendida por R$ 142,50. Segundo especialistas, a escassez de feijão no Brasil deve manter os preços em patamares ainda mais altos nos próximos meses e, quem sabe, forçar a importação de uma variedade de feijão dos Estados Unidos para evitar desabastecimento interno.
“Depois de que for colhida e comercializada a terceira safra, pode ser uma alternativa para os empacotadores olharem para Estados Unidos, México e Canadá a partir de outubro para trazer algum feijão claro que seja parecido com o carioca. Dificilmente a importação impactaria fortemente nos preços, porque o volume seria pequeno. O nosso consumidor não pode ficar sem feijão. Nós estamos empurrando o consumidor para outra cultura porque não tem feijão no momento. Não vejo a importação como ruim para o produtor, temos que atender a demanda maior enquanto o produtor se organiza aqui no Brasil”,
De acordo com a consultoria Safras&Mercado, o déficit de feijão carioca no mercado brasileiro foi causado por uma sequência de quebra de safras no Brasil.
“O preço de hoje é resultado de uma combinação de fatores, quebra da 1° safra, quebra também nessa 2° em duas principais regiões produtoras, Paraná por causa das chuvas e Minas Gerais por causa da seca. Com essa quebra a expectativa é de déficit de suprimento até o período de colheita terceira safra”, explica o consultor Jonathan Pinheiro.
A Correpar Corretora projeta déficit de 600 mil toneladas de feijão carioca no Brasil e não prevê indicativos de que vai ter área suficiente dedicada ao plantio da terceira safra a ponto de reequilibrar a oferta para baixar demais os preços do mercado. De acordo com Lüders, os produtores estão preferindo dedicar-se ao plantio de milho e soja que também estão com recordes de alta nas cotações.
Por: Kellen Severo
