Primeiros casos de ferrugem asiática alertam para monitoramento

O primeiro caso registrado no país, foi em uma lavoura no município de Itaberá, interior de São Paulo, em lavoura semeada em setembro (estádio R3), logo após o término do vazio sanitário. Apesar de Goiás não ter registrado nenhum caso ainda de ferrugem asiática na soja, na safra 2017/2018, a preocupação com o aparecimento do fungo já é constante entre os produtores rurais, que começam os trabalhos de vigilância nas lavouras.

Para ajudar neste importante momento, pelo nono ano consecutivo, o laboratório de fitopatologia do Sindicato Rural (SR) de Rio Verde em parceria com a Universidade de Rio Verde e Instituto Federal Goiano (IFG) está oferecendo os trabalhos de monitoramento da ferrugem. O laboratório que trabalha somente durante a safra verão foi montado na Casa do Produtor, dentro do Parque de Exposições, como já é de costume e será mais um auxílio ao produtor rural contra o fungo que já causou danos severos há alguns anos na região. “O serviço é totalmente gratuito e o produtor rural não precisa ser associado do Sindicato Rural para trazer as amostras, estamos prontos para receber folhas de toda a região sudoeste”, explica o presidente do SR, Luciano Guimarães.

O serviço, além de monitorar, também diagnostica a doença e possui profissionais capacitados para tal trabalho, como fitopatologistas, agrônomos e estagiários de agronomia e é equipado com microscópios de última geração. De acordo com o coordenador do laboratório e engenheiro agrônomo, Antônio Carlos Bernardes, o momento agora é de cautela e monitoramento. “Quando a doença se instalada, ela pode levar a quebra de até 90% da produção, por este motivo, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e o monitoramento são as principais ferramentas para o controle da ferrugem asiática”, destaca.

De acordo com o professor fitopatologista, Hercules Campos, a variação climática vinculada a susceptibilidade das variedades de soja contribuem de forma significativa para a proliferação da fitopatologia. “O produtor deve ter em mente que a forma mais eficaz é o monitoramento das lavouras, ele precisa estar constantemente em vigília e utilizando o laboratório do Sindicato Rural”, comenta.

Safra 2016/2017

Na safra 2016/2017 o laboratório do Sindicato Rural recebeu 1,4 mil amostras. Destas, oito deram positivo para a ferrugem asiática, sendo casos em Rio Verde e Quirinópolis. “A cada ano percebemos a redução do número de amostras recebidas, fato este que nos preocupa muito, pois sabemos os problemas que podem surgir, por isso, mais uma vez insisto na importância da utilização deste importante instrumento de auxílio ao produtor rural”, afirma Bernardes.

Texto: Fabiana Sommer, de Rio Verde