Secagem de quarto mamário: como e quando?

A secagem do quarto mamário afetado é uma maneira de manter a vaca no rebanho e eliminar a fonte de infecção do patógeno presente em uma mastite crônica. Essa é uma recomendação para casos de vacas com apenas 1 quarto mamário afetado, sem nenhum outro tipo de problema de saúde e que apresentam média ou alta produção de leite.

A mastite crônica ocorre em situações as quais as vacas não respondem ao tratamento com antibióticos, mesmo após seguidas tentativas até mesmo com diferentes bases, é a maior causa de secagem de quartos de forma permanente.  Os principais agentes presentes nesse tipo de infecção são o Staphylococcus aureusPrototheca spp., principalmente.

Para fazer a secagem permanente (para a vida toda do animal) ou temporária (apenas durante a lactação atual da vaca) de um quarto durante a lactação, a substância utilizada deve atuar no tecido secretor de leite e no agente causador.

Para secagem permanente:

  • Duas aplicações intramamárias de 100 ml de solução de iodo, nesse caso, um estudo utilizou solução de iodo 0,5% (Middleton e Fox, 2001), no entanto atualmente a campo vem sendo utilizada uma solução de iodo 2%, porém sem comprovação científica. O intervalo entre as aplicações deve ser de 24 horas.

Para secagem temporária:

  • Duas aplicações intramamárias de 30 ml de clorexidina 2% (Middleton e Fox, 2001), com intervalo de 24 horas entre aplicações.
  • Uma aplicação intramamária de selante interno de teto e interrupção imediata da ordenha desse quarto mamário. Para utilização desse protocolo, o quarto mamário não pode estar apresentando mastite clínica, ou seja, com inchaço, grumos ou qualquer outra alteração no leite.

No caso de secagens temporárias, é importante enfatizar que o quarto mamário inutilizado através de ambos protocolos, tem 70% de chance de voltar a produzir normalmente na lactação subsequente.

Para qualquer um dos métodos de secagem utilizados, sendo eles permanentes ou temporários, indica-se a aplicação de anti-inflamatório não esteroidal (1ª opção meloxicam, 2ª opção flunixin meglumine) por 3 dias, iniciando no primeiro dia do protocolo de secagem.

No entanto, não há muitos estudos com comprovação científica que apresentam mais de uma opção de métodos eficazes e seguros para a vaca, sendo assim a maioria dos protocolos utilizados são de experiências a campo, sem embasamento científico. Antes de realizar qualquer um dos protocolos é muito importante avaliar junto com o Médico Veterinário ou responsável técnico da fazenda, para que seja feita a tomada de decisão frente ao caso de mastite.

Fonte:  Assis comunicação