Senar-GO: Irrigar é Alimentar

Agricultura irrigada é estratégica para produção de alimentos

A agricultura irrigada é estratégica para a produção de alimentos e o desenvolvimento da tecnologia no País passa pela desburocratização dos processos e por políticas públicas que ampliem o acesso dos produtores a recursos tecnológicos, afirmaram especialistas,durante o evento “Irrigar é Alimentar”. O debate foi promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Rede Nacional de Irrigantes (RNAI) e reuniu parlamentares e profissionais do setor.

“No Dia Nacional da Agricultura Irrigada, celebramos o debate ‘Irrigar é Alimentar’ para discutir ações que fortaleçam a agricultura irrigada e a produção sustentável de alimentos. Na oportunidade, anunciei o meu novo projeto de lei, o PL 2168/21, que protocolei recentemente e visa considerar como de utilidade pública a construção de barramentos voltados para a agricultura irrigada. A irrigação protege o meio ambiente porque inibe a abertura de novas áreas e aumenta a produção em até três vezes em uma mesma área”, destacou o presidente do Sistema Faeg/ Senar e deputado federal, Zé Mário Schreiner.

A água é importante para todos os setores e para a produção de alimentos é um uso nobre. A irrigação é estratégica e traz mais valor agregado ao produto final, além de ter uma série de benefícios produtivos, ambientais e econômicos”, afirmou Lineu Neiva Rodrigues, pesquisador da Embrapa e coordenador da Rede Nacional de Irrigantes, lançada durante o evento.

“É necessário produzir alimentos em quantidade suficiente para garantir o acesso de todos. Pode faltar tudo, menos alimento e água. Isso é básico. A irrigação é a conexão que falta para que a gente possa ter produção de alimentos de maneira sustentável no mundo. O Brasil não vive uma crise hídrica, mas de organização e planejamento”, ressaltou.

A Rede Nacional de Irrigantes tem 58 membros e foi criada para discutir a agricultura irrigada de forma estratégica e apresentá-la como vetor para o desenvolvimento do País, explicou Rodrigues. “Temos dois participantes de cada entidade e como está em construção, a rede pode escrever, mas hoje já tem representantes de todo o País.”

Após o lançamento da Rede, o debate focou no painel “Agricultura irrigada: vetor para a segurança alimentar, econômica e ambiental do Brasil”. O moderador e presidente da Comissão Nacional de Irrigação da CNA, Eduardo Veras, destacou que a data é um dia histórico para o setor, “em que as entidades estavam unidas com o objetivo de levar a tecnologia de irrigação a cumprir seu nobre papel de produzir alimento para o mundo”.

Thiago Fontenelle, representante da Agência Nacional de águas (ANA), apresentou a 2ª edição do Atlas da Irrigação como o documento que pode contribuir com a organização e desenvolvimento do setor e servir de base técnica para o Plano Nacional de Recursos Hídricos 2022-2040 e para o Plano Nacional de Irrigação.

Ele destacou o potencial de expansão da irrigação no Brasil, que até 2040 pode crescer mais de 76% a área total irrigada com 66% de uso da água com maior eficiência. A expectativa é de expansão de área e não de água”, afirmou. “O atlas sintetiza de forma bem clara o quanto a irritação brasileira abriga elevada tecnologia.”

Frederico Cintra, coordenador-geral de Irrigação e Drenagem do Mapa, listou algumas iniciativas do órgão para a irrigação como o Plano ABC, Águas do Agro, Pronasolos, e frisou que o Mapa está institucionalizando um programa nacional de agricultura irrigada. “O Mapa está trabalhando porque a agricultura irrigada é a única chave para o crescimento sustentável da produção de alimentos.”

“Temos que ter agilidade nos processos de barramento para segurar as águas da chuva e utilizá-las de forma racional durante os períodos mais escassos. Há outros projetos também que estamos trabalhando. O que precisamos é acelerar esses projetos para garantir a segurança alimentar do País. Não podemos nos contentar com 8 milhões de hectares irrigados se podemos potencializar nossa produção.”

Fonte: Faeg/Senar