O mercado internacional da soja amenizou suas altas na Bolsa de Chicago no início da tarde desta segunda-feira (6), porém, segue operando em campo positivo. Os contratos principais, por volta de 12h30 (horário de Brasília), subiam entre 8 e 17,75 pontos e, neste pregão, os ganhos mais expressivos eram observados nas posições mais distantes. Assim, o vencimento novembro/16, referência para a safra dos EUA, vinha sendo negociado a US$ 11,02 por bushel.
Segundo explicam analistas, parte das altas vem da retomada do mercado depois das baixas registradas na últimas sexta-feira (3), com os preços respeitando seus fundamentos, especialmente o de uma demanda ainda muito forte frente frente a uma oferta cada vez mais ajustada, principalmente na América do Sul.
Na Argentina, novas chuvas poderiam comprometer ainda mais a conclusão da safra 2015/16, comprometendo também, portanto, a oferta de farelo – e de grão – que poderia chegar deste país.
“Chuvas na província de Buenos Aires, mais importante região produtora, podem atrasar ainda mais a colheita, dificultando a execução de contratos, e sobretudo, impedindo novas ofertas para embarques mais curtos. Dessa forma, gera-se mais expectativas de que os EUA possam vender mais farelo e soja para safra velha, pressionando ainda mais os estoques.A colheita de soja na Argentina chegou a 78.7%, atraso de 15 pontos percentuais na comparação com mesmo período do ano passado”, explicam analistas da Agrinvest Commodities.
Ainda nesta segunda-feira, outro motivo que acabou limitando os avanços da oleaginosa foi o relatório semanal de embarque de grãos dos EUA reportado pelo USDA(Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) com números baixos, porém, dentro das expectativas do mercado.
Na semana encerrada em 2 de junho, os embarques norte-americanos de soja somaram 98,378 mil toneladas, contra 205,102 mil toneladas da semana anterior. O volume, porém, ficou dentro do intervalo esperado pelos traders de 80 mil a 300 mil toneladas. Durante a temporada 2015/16, os EUA já embarcaram 43.518,447 milhões de toneladas, menos do que no mesmo período da temporada anterior, de 47.185,073 milhões.
Por outro lado, a demanda pela soja americana da safra 2016/17 vem ganhando força nas últimas semanas. Nesta segunda, o USDA reportou a venda de mais 125 mil toneladas para destinos não revelados.
Apesar de todos esses fundamentos, no entanto, a movimentação do dólar e o futuro da taxa de juros nos Estados Unidos. A presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, discursa nesta segunda-feira e traz expectativa aos investidores. Analistas de mercado afirmam que “cada vírgula” do discurso da executiva será analisado com atenção para tentar uma busca de pistas sobre os juros norte-americanos.
À espera dessas informações, a moeda norte-americana recuava frente ao real e demais divisas, com os traders atuando com cautela. No Brasil, o dólar perdia, por volta das 13h20, 0,45% para ser cotado a R$ 3,50.
