Startup do Agro incentiva presença feminina no setor

Agronegócio, tecnologia e mulheres em posições de destaque, é com essa receita que a Tarken vêm crescendo nos setores mais masculinos do mercado brasileiro

O mercado de tecnologia e o agronegócio são setores ainda predominantemente masculinos. Dados do Censo da Educação Superior de 2021 revelaram que as mulheres correspondiam apenas a 13,3% das matrículas nos cursos de graduação em áreas de Computação e Tecnologia da Informação, enquanto o Censo Agropecuário de 2017 mostrou que as mulheres eram responsáveis por certa de 18% dos estabelecimentos agropecuários de todo o Brasil. Estas informações mostram que, embora o cenário esteja se abrindo gradativamente para a mão de obra feminina, ainda existe muito espaço para as mulheres em ambos os setores.

No agronegócio, as mulheres se destacam em importantes papéis em áreas de pesquisa e desenvolvimento e gestão de fazendas, atuando principalmente no controle das finanças, das burocracias, da gestão de pessoas, da compra de insumos e comercialização de grãos. O recorte maior é visto no segmento de produção de alimentos orgânicos e na agricultura familiar, onde a sucessão familiar é apontada como um processo importante para o aumento da presença da mulher no campo, o equivalente a 19%, segundo pesquisa do Cepea.

Não apenas herdando fazendas e negócios, a sucessão pode ser observada como influência direta nas escolhas de carreiras do agro. Esta é uma verdade vivida por Mahany Martins, analista da Tarken. “Sou engenheira agrônoma de formação e trabalho com o agronegócio desde que me formei. Venho de uma família de produtores rurais, então desde pequena convivo com o mundo agro. O meu pai também é agrônomo e acompanhar a carreira dele de perto me inspirou para seguir o mesmo caminho”.

Já no universo tech, a sub-representação feminina reflete em uma dificuldade que as jovens têm de se ver em determinadas carreiras ou postos de trabalho, já que elas não se veem encorajadas a seguir profissões da área. Nestes casos, a influência e visão dos pais também tem papel importante para orientar as escolhas futuras.  Este foi o caso de Amanda Vieira, desenvolvedora da Tarken, que embora já tivesse grande afinidade com a área não via a carreira em tecnologia como uma opção.

“Ao final do ensino médio eu estava bem dividida entre exatas e humanas, considerava cursar Direito e Engenharia Química. Me lembro do dia em que meu pai disse que, por eu gostar tanto de computadores, deveria pensar em fazer algo na área de computação. Hoje tenho a certeza de que escolher trabalhar com códigos e algoritmos foi a melhor decisão que eu poderia tomar”, declara.

Mesmo com cada vez mais incentivos à participação de mulheres em áreas que ainda são dominadas pelas figuras masculinas, fatores como a autoexigência feminina e a falta de representatividade nestas áreas atuam como barreiras bem relevantes e que precisam ser quebradas. “Agora sinto que o meu papel como mulher que trabalha na área tech é inspirar outras mulheres para que elas vejam que são capazes e se sintam incentivadas a estar aqui também. Isso me motiva”, Amanda reforça.

Para a head de vendas da Tarken, Thais Andrade, dar voz a mais mulheres destes setores e em posições de liderança auxilia na quebra de paradigmas, e este movimento é observado com maior frequência nas startups. “As startups já nascem com o DNA da diversidade, tendo mulheres liderando áreas e equipes. Isso acaba gerando de forma orgânica uma rede de apoio entre nós e serve como fonte de inspiração para outras mulheres que almejam seguir essa jornada”.

Thais, que tem posição de liderança na empresa, entende que organizações com times mais femininos desfrutam de um ambiente mais enriquecedor, criativo e inovador. “Existem vantagens em um time com mais mulheres, começando pela diversidade de ideias e perspectivas, experiências de vida e pontos de vista diferentes. Isso gera uma cultura mais inclusiva, que não tem medo de inovar e busca por melhores resultados de forma eficiente. As mulheres tendem a ter as habilidades de empatia e comunicação como pontos fortes, o que auxilia a empresa a construir relacionamentos mais sólidos com clientes e gerenciar melhor possíveis conflitos internos”, reforça.

O aumento da presença de mulheres nas empresas também estimula as organizações a terem uma política mais flexível e oportunidades de crescimento que sejam focadas no desenvolvimento das habilidades. A maternidade, desejo que acompanha muitas das mulheres e que em muitos casos acaba sendo motivo para deixar o mercado de trabalho, também é uma habilidade importante e é algo que precisa ser incorporada de maneira mais humana às empresas.

Mahany, que é mãe de Matheo de 2 anos, não enxerga a maternidade como um impeditivo para a carreira ou produtividade na empresa. “Ser mãe é o meu melhor adjetivo. A maternidade, assim como a carreira profissional, exige tempo e dedicação, e nos deixa mais resilientes. Não é fácil conciliar ambos, ter flexibilidade para poder atender as demandas da maternidade é necessário, mas quando a empresa te fornece este suporte e o ambiente favorece, a produtividade também melhora. Dou o meu melhor, porque tenho um serzinho que também depende do meu trabalho”.

A junção dos dois universos majoritariamente masculinos, o agro e o tech, torna o desafio ainda maior e para inovar no setor, por isso apostar na diversidade e presença feminina na liderança é diferencial importante. “Na Tarken a diversidade é fundamental para o sucesso da empresa, pois além de estimular a busca por soluções criativas para os desafios que surgem no meio do caminho, estreita laços e aprimora a comunicação. Somos uma startup que valoriza a diversidade de gênero, étnica, de orientação sexual e de idade, temos um ambiente que é rico em trocas e aberto para oportunidades de crescimento, sejam elas pessoais ou profissionais. É assim que buscamos deixar a nossa marca, a marca da Tarken, no mercado”, Thais finaliza.

Fonte: Mayra Dalla Nora