Bioeconomia florestal, economia circular e desenvolvimento urbano totalizam R$ 246 milhões em recursos levantados em projetos socioambientais

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) selecionou os 11 parceiros que foram habilitados na sua 1ª chamada pública de Blended Finance a projetos e programas nas áreas de bioeconomia florestal, economia circular e desenvolvimento urbano, totalizando R$ 246 milhões em recursos levantados.

A iniciativa tem como objetivo testar e desenvolver novos modelos e instrumentos financeiros híbridos (“Blended Finance”), em caráter piloto, experimental e inovador, para projetos socioambientais. A ideia é unir os setores de filantropia com o mundo de negócios. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), estima-se que o alcance dos ODS até 2030 demande de US$ 2,5 trilhões a US$ 3 trilhões anuais adicionais, equivalente a cerca de 6% do PIB global e esse tipo de iniciativa pode contribuir para suprir parte dessa necessidade.

Foram apresentadas 50 propostas que pleiteavam R$ 905 milhões em recursos do BNDES – valor 10 vezes maior do que o orçamento previsto pelo edital. O setor de Bioeconomia Florestal apresentou o maior volume demandado (R$ 461,3 milhões), seguido do de Desenvolvimento Urbano (R$ 248,4 milhões) e Economia Circular (R$ 195,8 milhões).

“O BNDES construiu uma abordagem inovadora para aplicação de seus recursos não reembolsáveis, com a alavancagem de recursos comerciais e o uso de instrumentos financeiros alternativos e verdes. Nossa intenção ao lançar o BNDES Blended Finance era movimentar o ecossistema de soluções financeiras no campo socioambiental, em processo de inovação aberta, e tivemos muito sucesso.

Juntar os mundos da filantropia e o financeiro. Prova disso é a grande quantidade de interessados e propostas apresentadas, bem como o capital catalítico demandado que ultrapassa em mais de 10 vezes o montante do orçamento previsto para o primeiro edital, para destravar mais de R$ 1 bilhão em investimentos.

Existem bons projetos em temas relevantes como bioeconomia, desenvolvimento urbano e economia circular, existe demanda do mercado financeiro e do terceiro setor, e queremos fazer mais, buscando engajar outros agentes do mercado aderir a iniciativas como essa”, declara Bruno Aranha, Diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES.

Após a avaliação por equipe multidisciplinar das propostas mais bem estruturadas de acordo com o edital da seleção pública, e que contou também com o apoio consultivo de times do BID e do PNUD, foram classificadas quatro estruturas de Bioeconomia Florestal (com demanda total de R$ 76,4 milhões):

– Taboa Fortalecimento Comunitário: Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) para apoiar com crédito produtores de cacau sustentável no Pará e Bahia;
– JGP Gestão de Crédito Ltda: Fundo de Investimento de Direitos Creditórios (FDIC) para apoiar com crédito negócios que visem a conversão de parte de propriedades rurais em Sistemas Agroflorestais (SAFs);
– KPTL Investimentos Ltda: Fundo de Participação (FIP) Venture Capital para apoiar negócios p/ Mudança Climática e Economia Regenerativa desde o estágio pré semeagem e prover AT;
– Natura Cosméticos S.A.; Vert Consultoria e Assessoria Financeira Ltda. e Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO: CRA para ampliar o apoio a sua cadeia de fornecedores.

Fonte: Tratamento de Água