Clima foi de insatisfação no encontro de entidades sobre o tabaco

Durante o encontro também foram apresentados os assuntos que devem nortear os debates da 8ª Conferência das Partes

Decepcionante. Essa foi a palavra encontrada pelo presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, Romeu Schneider, para falar da reunião aberta da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq), realizada em Brasília na tarde da última quinta-feira, 23. Durante o encontro, onde entidades contrárias e favoráveis à produção de tabaco puderam discursar, também foram apresentados os assuntos que devem nortear os debates da 8ª Conferência das Partes (COP-8), de 1º a 6 de outubro, em Genebra, na Suíça.

Representando também a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Schneider lamentou a redução no tempo de apresentação destinado a cada entidade. “Inicialmente teríamos dez minutos, mas chegamos aqui e fomos surpreendidos com a notícia de que seriam apenas três para apresentarmos informações e números sobre a importância do setor.”

Além disso, o número de entidades contra a produção foi, aproximadamente, três vezes maior que aquelas pró-tabaco. Agora, os participantes têm até o dia 3 de setembro para enviar, por e-mail, os dados que não puderam ser apresentados durante a reunião. “Certamente isso não surte o mesmo efeito que nós esperávamos com o que havíamos preparado”, lamenta Schneider.

Risco de mais impostos causa preocupação

Dentre os pontos discutidos em aproximadamente uma hora de reunião (a previsão inicial era de quatro horas), a implantação de fundos de investimentos voltados à diversificação e de contribuições de intervenção no domínio econômico vieram à tona. A criação de impostos, por sua vez, desagrada a alguns líderes. Mais uma tributação pode prejudicar o setor e ainda incentivar o comércio ilegal, que já representa 48% do total no Brasil.

Para o prefeito de Venâncio Aires, tesoureiro da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), Giovane Wickert, as mudanças na programação do evento parecem ter sido uma estratégia contra o setor. Apesar disso, reforçou a importância da participação na reunião realizada em Brasília. Para ele, agora as expectativas são sobre uma possível presença na COP-8, por meio de delegação oficial.

Além de apresentar a experiência local, Wickert enfatizou a necessidade de aprofundar o tema da criação de um fundo internacional e nacional de diversificação para acesso a recursos diretamente pelos municípios produtores de tabaco. “A ideia é que esse montante possa ser direcionado diretamente às prefeituras”, afirma.

Novos cigarros e contrabando vão a debate

Durante o encontro, realizado no campus da Universidade de Brasília (UNB), também foram apresentados os temas que devem pautar a COP-8. Cigarros eletrônicos e aquecidos e o comércio ilegal devem nortear as discussões.

A menos de dois meses do encontro na Europa, a comissão que irá representar o País ainda não está definida. Além de Schneider e Wickert, participaram da reunião Valmor Thesing, vice-presidente de Relações Industriais do Sinditabaco; Carlos Galan, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo) e Dalvi de Freitas Soares, consultor executivo da Amprotabaco.

Fonte: Portal do Tabacos e Logística do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dalmo Marchetti, afirmou que o investimento no setor ferroviário brasileiro pode mais que dobrar, caso seja implementada uma agenda de amplo desenvolvimento do setor. Segundo ele, o montante investido passaria de R$ 9 bilhões para R$ 19 bilhões no médio prazo.

De acordo com Marchetti, algumas medidas emergenciais devem ser tomadas que esse amplo investimento tenha sucesso e o setor ferroviário consiga aproveitar todo o seu potencial para o transporte de cargas. Ele explica que os principais eixos do projeto são adoção das linhas de extensão curta, devolução de trechos que são pouco utilizados para que o governo promova uma “relicitação” e desenvolvimento de novas Parcerias Público-Privadas (PPPs), além de ajustes na regulamentação.

Dentre os principais problemas do sistema ferroviário, o gerente cita a concentração de linhas somente da rota de exportação e exclusivamente para o transporte de commodities agrícolas e minerais. Ele defende que haja um aumento dessas linhas indo para o interior do País e que também haja uma diversificação dos produtos transportados, para que desafogue o sistema rodoviário.

“O País tem muitas oportunidades nesse setor. A agenda ferroviária é uma muito cara ao BNDES. O modelo atual é excessivamente concentrado. Precisamos ter uma agenda de enfrentamento mais forte para a diversificação”, alegou.

Outra saída apontada por Marchetti foi o uso da malha ferroviária dentro das metrópoles para o transporte de cargas. Segundo ele, isso seria feito quando o fluxo do transporte de passageiros for baixo, como a noite e a madrugada, por exemplo.

Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems