Embrapa lança cultivar de soja convencional

Desenvolvida na unidade Cerrados, no Distrito Federal, variedade estará disponível na safra 2017/2018.
No país onde o cultivo de grãos transgênicos mais cresceu no mundo em 2016, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está colocando no mercado mais uma cultivar de soja convencional. Nesta quinta-feira (18/5), será lançada comercialmente para a safra 2017/2018 a cultivar BRS6980, adaptada para o Cerrado brasileiro.
A variedade está sendo apresentada na Agrobrasília, feira agropecuária no Distrito Federal. É uma planta de ciclo precoce (95 a 105 dias) e tem como característica a resistência a estresse hídrico, explicam os pesquisadores. Promete também resistência a doenças como Cancro da Haste, Mancha Olho-de-rã e Pústula Bacteriana.
Com a variedade, a Embrapa espera atender uma parte do mercado que ainda resiste à adoção de biotecnologia no campo. Levantamentos apontam que 96,5% das lavouras de soja no Brasil são semeadas com transgênicos. Com as áreas convencionais cada vez menores nos últimos anos, a demanda por esse tipo de grão pode gerar diferenciais de preço em relação ao praticado no mercado internacional.
“Ainda há um nicho interessante de mercado para o grão não-transgênico e pouco está se buscando desenvolver convencionais”, defende Sebastião Pedro da Silva Neto, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados e responsável pelo programa de melhoramento da oleaginosa na unidade, localizada em Planaltina (DF).
Outra alternativa para a BRS6980, de acordo com os pesquisadores, é o uso na adoção do chamado refúgio, em consórcio com as lavouras transgênicas. A técnica de manejo é utilizada para tentar prolongar a eficiência da biotecnologia no campo, evitando a criação de resistência por parte de pragas.
Recomendada para áreas de soja, milho e algodão, o refúgio consiste em reservar uma parte da lavoura para variedades convencionais. A intenção é possibilitar o cruzamento entre os insetos que atacam a área Bt e os que vão para a não Bt, resultando em indivíduos que ainda sejam suscetíveis à ação da tecnologia implantada na semente.
Fonte: Globo Rural