Frete corresponde a 25% do preço da soja em MT

Estimativas divulgadas pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) na sexta-feira (08.06) indicam que os custos com frete representaram 25,1% do preço da soja mato-grossense. A entidade manifestou preocupação quanto a Tabela de Preços Mínimos por KM e por Eixo proposta pela Agência Nacional de Tansportes Terrestres (ANTT).

O Imea alerta que a tendência é de que o valor da oleaginosa despenque já que o tabelamento dos preços de eixo travou o mercado já na primeira semana do mês. Segundo economistas do Instituto, isso deve afetar também os fertilizantes e o calcário, onde o frete representa, respectivamente, 52,8% e 6,1% dos preços dos produtos.

“Isso acontece porque o transporte, tanto da soja mato-grossense, quanto dos seus insumos detém importante peso na formação dos preços do grão e nos custos da produção, visto que o Estado está distante dos portos”, explicam.

Outro fator que deve pesar são as boas condições para a safra norte-americana, que fizeram os preços em Chicago recuarem na segunda-feira (11.06) para o menor valor dentro dos últimos meses. Agora, tanto o Imea quanto os produtores de Mato Grosso aguardam a uma nova definição para a tabela por parte da ANTT, que foi pressionada pelos manifestos contra os preços divulgados anteriormente, que causaram um forte impacto na atividade agrícola.

“Com a entrada da nova resolução, essa relação do frete sobre o preço pode passar a ser ainda maior, principalmente em decorrência dessa medida também incluir o frete retorno sem carga. Além disso, a atual situação vem ocorrendo em um momento em que há uma safra recorde de soja a ser escoada, podendo limitar os embarques no próximo mês”, finalizam os economistas da IMEA.

Fonte: AGROLINK –Leonardo Gottems

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