Inoculantes biológicos líquidos trazem mais agilidade para a agricultura

Produtos de base líquida envolvem melhor as sementes de soja e reduzem o contato no momento da aplicação

Fluídos representam cerca de 75% da comercialização de inoculantes no Brasil

Em uma agricultura com uma janela de semeadura e colheita cada vez mais estreita, a agilidade no processo produtivo é um requisito fundamental para que o agricultor atenda às necessidades do mercado. Por isso, as indústrias produtoras de insumos biológicos, por exemplo, têm optado por inoculantes biológicos de base líquida que, além de serem mais fáceis de aplicar, garantem mais segurança e agilidade para os agricultores.

Hoje, a comercialização de insumos biológicos de base líquida representa 75% do mercado e tende a crescer, segundo Gilberto Seixas Maia, Diretor de Operações Comerciais LATAM da Novozymes. “Quando você trabalha com produtos sólidos, por exemplo, o aplicador precisa utilizar alguns equipamentos específicos. Já o produto líquido é mais fácil de manejar, além de não gerar particulados e aerossóis durante o processo de manipulação”, explica Maia.

O produto líquido, salienta Gilberto, somado à proteção do aplicador e de quem está tratando a semente, também é muito prático quando se utiliza em tratamento industrial de sementes pela agilidade no processo. Outra vantagem dos líquidos sobre os inoculantes sólidos é a sua versatilidade, pois ele pode ser aplicado via semente e sulco de semeadura.

Um dos mais utilizados produtos de base líquida da Novozymes, exemplifica Gilberto, é o Optmize Pro, um produto de alta tecnologia que além do Bradrizhobium de altissima pureza e concentração também conta com a genisteína que é o precursor do LCO (lipossacarideo), que ajuda na comunicação com as bactérias que fazem a fixação biológica de nitrogênio nas plantas. “Por isso, o produtor terá uma nodulação antecipada e mais vigorosa, e com uma produtividade final melhor, um incremento em torno de 6%”.

Outra vantagem dos inoculantes líquidos em relação aos sólidos para a inoculação diretamente na fazenda, é que eles não necessitam de umedecimento das sementes para ajudar na melhor aderência quando se utiliza a turfa. Com os sólidos, pode ocorrer também uma deposição do inoculante no fundo da semeadura quando o produto se solta das sementes, o que pode provocar perdas e abrasividade na máquina. “Isso aumenta a probabilidade de um desgaste precoce dos discos da semeadora”, observa.

Gilberto reforça que os cuidados com a contaminação dos materiais sólidos também são maiores. A esterilização, por exemplo, é uma necessidade, o que pode elevar os custos de produção em relação ao uso dos inoculantes líquidos. Os líquidos também aderem facilmente às sementes, podendo até mesmo fornecer proteção em relação às condições adversas de clima.

Benefícios dos inoculantes

Os produtos biológicos, principalmente na linha de inoculantes, substituem os produtos nitrogenados, que são produtos da mesma classificação da ureia. O produto biológico pode suceder totalmente a aplicação de ureia no campo. Aliado a isso, o agricultor tem um ganho expressivo em produtividade ao utilizar um produto biológico.

De acordo com informações da Embrapa Soja, a inoculação das sementes de soja é uma prática indispensável para fornecer o nitrogênio (N) que a oleaginosa necessita através da simbiose. A bactéria inoculada (Bradyrhizobium japonicum e Bradyrhizobium elkanii) nas sementes infecta as raízes da soja, via pêlos radiculares, formando os nódulos e, no seu interior, ocorre o processo de Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) que a soja necessita A fixação biológica pode, dependendo de sua eficiência, fornecer todo o nitrogênio necessário ao desenvolvimento da planta.

Fonte: Ricardo Maia |PG1