Argentina perde 1,3 mi de toneladas com a seca. O Brasil 400 mil toneladas

As condições climáticas adversas dos últimos 30 dias em vários países da América do Sul estão fazendo com que o Mercosul registre a perda de mais de 2 milhões de toneladas de trigo, segundo informa o analista Luiz Fernando Pacheco da T&F Consultoria Agroeconômica. De acordo com ele, esses fatores podem colaborar com a elevação nos preços. Os principais países que estão influenciando nessa perda de produção são Brasil e Argentina, enquanto o primeiro é atingido por um excesso de chuva, o segundo sofre com a seca constante. Segundo Pacheco, que se baseia em informações da consultoria Agritrend, o Paraguai também está relatando problemas.“A Argentina teria perdido 1,3 milhão de toneladas, com a seca, o Brasil 400 mil toneladas e o Paraguai outras 400 mil toneladas, ambos com as chuvas. O Uruguai, por enquanto, não registrou perdas significativas, porque a sua colheita é a última”, informa.

Nesse cenário, a produção total do Mercosul recuou 7,42%, passando de 28,3 milhões de toneladas previstas no mês passado para 26,2 milhões de toneladas. Assim, a nova composição do quadro de Oferta& Demanda do Mercosul mostra que a total da disponibilidade do cereal seria de 35,83 milhões de toneladas, levando em consideração as movimentações internas do Bloco, contra uma demanda de 33,33 milhões de toneladas e estoques de 2,5 milhões de toneladas.“A exportação para fora do Bloco deverá ser de 8,6MT, das quais 8,1MT da Argentina e 0,5MT do Brasil (por enquanto, porque poderá aumentar se a produção de trigo forrageiro aumentar significativamente). E as importações de fora do Bloco estão por nós estimados em 400 mil tons, também por enquanto”, escreve.A recomendação do analista é, portanto, para que os importadores brasileiros do trigo argentino fecharem negócios o quanto antes. “Porque a próxima temporada de disponibilidade de trigo duro no Mundo será só em setembro de 2019 (antes teremos a safra de trigo de inverno, mas não com as mesmas características, obviamente) e com preços em elevação”, conclui.

Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems