O agro tem de trabalhar fortemente na agenda de redução da fome e do desperdício

O agro tem de trabalhar fortemente na agenda de redução da fome e do desperdício”, defende Cleber Soares, secretário adjunto de inovação do MAPA

“Agronegócio, alimentação e humanidade são essenciais para o futuro do mundo. Partindo do princípio de que a população global cresce independente de qualquer fator, como a pandemia da Covid-19, temos cada vez mais de produzir alimentos, energia, água, fibras e ativos derivados do agro, como ingredientes, novas fórmulas, enzimas, ativos para cosméticos e milhares de outros. Há um oceano de oportunidades para o Brasil e o setor produtivo é um elo vital desse processo”. A afirmação é de Cleber Soares, secretário adjunto de inovação do MAPA, convidado da série Agro Talks Exclusivo, iniciativa da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) voltada para as empresas associadas.

Cleber apresenta quatro eixos de valor do agro brasileiro: Sustentabilidade, “tema que está na agenda de qualquer corporação e nação”, Segurança alimentar, “está no nosso dia a dia”; Segurança do alimento, “tanto do ponto de vista intrínseco, em ser suculento, ter sabor e ser nutricional como a forma e relação com os consumidores”; e Sociedade, “se não olharmos a percepção das pessoas, estamos andando na contramão da história”.

O secretário adjunto de inovação do MAPA explica que para alcançar esses eixos é preciso mirar em algumas diretrizes, como avanços de inovação para sustentabilidade. “O Brasil é complexo. Temos alta eficiência em várias cadeias produtivas, mas não é a realidade da média do produtor rural brasileiro. Nossa realidade é difusa, nossas médias de produtividade ainda são baixas. Precisamos avançar em termos de eficiência e efetividade. Temos de fortalecer a agenda para reduzir déficits alimentares e nutricionais. O agro tem de trabalhar fortemente na agenda de redução da fome e do desperdício”, alerta.

Ele explica que entre os pilares para construção de uma agenda positiva de inovação para o agro brasileiro estão a sustentabilidade, “sendo trilhada por clima, tempo, carbono, água”, e a bioeconomia, “pelo fato de apenas nove espécies vegetais responderem pela alimentação de 70% da população do globo”. Cleber destaca a importância da biodiversidade de alimentos do Brasil. “Temos uma super oportunidade de explorar de forma sustentável nossa biodiversidade”. Agricultura digital, inovação aberta e foodtech são outros eixos essenciais.

Cleber Soares mostra-se particularmente preocupado em ter a produção brasileira de alimentos como um agente efetivo para saciar a fome da humanidade. “Estudo recente da ONU mostra que cerca de 23% da população global do planeta estão em condição de insegurança alimentar. Isso representa algo em torno de 1,7 bilhão de pessoas. O agro brasileiro tem totais condições de contribuir ainda mais para vencer esse desafio”, diz.

“Cleber nos trouxe a discussão sobre tecnologia e segurança do alimento ,pontos como  sustentabilidade , bioeconomia,  inovação aberta e food tech . Um panorama envolvente de tecnologias e biodiversidade de inovações capaz de revolucionar o mundo que vivemos . O agro brasileiro é um gigante com tecnologia e inovação assistida nos últimos anos, a revolução de base Biológica vai realmente continuar trazendo grandes avanços para a era de tecnologia Biodinâmica e Biodigital”,  assinala Jorge Espanha, presidente da ABMRA.

Fonte: Fabrizia Fonseca