Projeto de lei quer inovação acessível para médios e pequenos agricultores

Especialistas no setor de tecnologia agrícola destacam por que é importante inovar

O projeto de lei que institui a Política Nacional de Incentivo à Agricultura de Precisão deu mais um passo em sua tramitação na Câmara dos Deputados com a aprovação pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural na última semana. Agora o PL 149/2019 segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). O objetivo do projeto de lei, apresentado na Câmara em fevereiro, é alcançar maior eficiência na aplicação de recursos e insumos de produção agrícola com o objetivo de diminuir o desperdício, reduzir os custos de produção, aumentar a produtividade e a lucratividade, além de garantir a sustentabilidade ambiental.

O diretor da Vertical Agronegócios da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e membro da coordenação do projeto Núcleo de Inovação Tecnológica para Agricultura Familiar (NITA), Clovis Rossi, acredita que a proposição e atual aprovação  do PL pela CCJC tem como base um contexto evolutivo proporcionado por diversas pesquisas realizadas. “Os melhoramentos genéticos, tanto em animais quanto em vegetais, e nos controles, possibilitaram um melhor gerenciamento da atividade rural e nos mostram que a inovação sempre esteve presente no agronegócio”, comenta.

Para Clovis, hoje se observa indicadores de desempenho muito superiores aos obtidos há 20 ou 30 anos. “Estamos testemunhando uma nova onda de tecnologias que possibilitam aplicações nunca imaginadas no setor. O surgimento de mecanismos que incentivem e, sobretudo, facilitem a adoção de tecnologia por médios e pequenos produtores deve elevar os indicadores de produção para novos patamares, o que, definitivamente, contribui para uma produção de alimentos mais inteligente, valorizada e sustentável”, afirma Clovis.

Para Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon, a inovação é o caminho para aumentar a competitividade e a rentabilidade do produtor rural de médio e pequeno porte. “Grandes empresas já colhem os benefícios das tecnologias agrícolas, reduzindo custos e aumentando a lucratividade do negócio. Pequenos negócios também precisam otimizar processos para levar qualidade e agilidade à produção”, destaca o executivo. Ele cita como exemplo o uso de sistemas capazes de garantir a precisão da aplicação de insumos, evitando desperdícios e falhas na pulverização. “O uso do controlador de taxa variável pode reduzir em até 25% o uso dos fertilizantes e aumentar a produtividade em mais de 10%”, afirma Castro.

Fonte: Dialetto Por Cléia Schmitz