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Segredo da mulher no agro: Empreendedorismo feminino

Por RAFAELA SCAION*

A narrativa mudou… As mulheres já chegaram em lugares que historicamente eram dominados pela figura masculina. Mesmo diante das dificuldades ao longo do caminho, o fato é: ELAS CONSEGUIRAM! E qual o segredo dessa virada de chave? O que essas mulheres tiveram que fazer para conquistarem seus lugares dentro das corporações e o respeito diante a sociedade? Na Semana da Mulher, esses segredos serão revelados, sabe por quê? Estamos indo em busca de respostas. Continue lendo e acompanhe com exclusividade a jornada de autoconhecimento e carreira de mulheres no agronegócio

Hoje, vamos falar sobre a jornada da Adriana Araújo, CFO (Chief Financial Officer – diretora financeira) da VetBR Saúde Animal, que irá expandir nossa visão e percepção sobre o empreendedorismo feminino no agronegócio.

Durante sua vida profissional, Adriana atuou em vários segmentos, mas sempre na área de finanças, com envolvimento indireto com o agro, seja em empresas prestadoras de serviços seja em fornecedores de algum produto para o agronegócio. Nos últimos 7 anos, ela vem atuando em indústrias e na distribuição e revenda de forma direta no agronegócio, em contato direto com produtores rurais. Adriana avalia essa oportunidade como um presente maravilhoso em sua carreira, não somente pela parte profissional, mas também, pelo convívio com profissionais extraordinários.

“Entender os valores do campo, as responsabilidades e as dificuldades a serem superadas, nos permite crescer muito como profissionais e como pessoas”.

Para Adriana, entrar no agro já é uma experiência notável, independentemente da área. O agro é rico em conhecimento e compõe diversas histórias de vida, junto aos mais variados modelos de negócios. Adriana ressalta que o agro tem vivido uma reinvenção nos últimos anos em áreas como a tecnologia, profissionalização, integração de mercados e valorização de pessoas. Para ela, estamos vivendo um dos momentos mais desafiadores e, ao mesmo tempo, mais promissores do agronegócio.

Durante sua carreira, Adriana teve a oportunidade de trabalhar com várias empresas familiares de diferentes portes. Segundo ela, o mais significativo nessas experiências foi ver o papel importante que as novas gerações têm nessa reinvenção do agro, oxigenando o negócio, abrindo novas oportunidades e novos nichos. Afinal, ver uma empresa se profissionalizar, buscar novos mecanismos de controle indo muito além da governança, apreciando os resultados surgirem após essas mudanças, é maravilhoso!

“A experiência de viver processos de sucessão familiar é muito rica, mas os processos nem sempre são fáceis. São maneiras diferentes em pensar entre o fundador e o sucessor, e os tempos entre cada um são diferentes também. O que pude ver em diferencial nesse sentido foi o resultado positivo, na junção da experiência com a novidade. Isso acontece quando há respeito pela história até ali vivida para dar sequência no processo da sucessão de maneira leve. É valido que o sucessor faça mudanças, contudo, que exista respeito aos valores e a condução do empreendimento, levando em consideração os bons frutos que a administração do negócio familiar fez até o momento. Sucessão familiar não pode ser apenas o ‘virar uma chave’. É necessário consenso, busca pelo crescimento conjunto com pessoas capazes e imparciais para administrar o negócio, avaliando e respeitando os pontos de vista e interesses. Os negócios cresceram ao longo dos anos devido à forma como foram geridos e como foram acompanhados. Entretanto, tudo muda. Todos nós evoluímos com o passar do tempo, e os negócios familiares deveriam utilizar no manejo rural os métodos profissionais e engajados com os movimentos econômicos, sociais, ambientais. Entender que a integração e não a exclusão é o caminho, e talvez, seja o mais importante! Nessas questões, podemos acrescentar a palavrinha da vez sendo a “resiliência”, não apenas quando o assunto é sucessão familiar, mas em todas as áreas da vida” – Adriana Araújo, CFO da VetBR Saúde Animal.

Adriana vê o agro como um setor rico em oportunidades, e um dos segmentos com mais compartilhamento de informações e networking entre os profissionais.

“Compartilhar ideias faz uma diferença enorme para quem quer empreender. As mulheres têm uma capacidade extraordinária de enxergar o todo, identificando problemas e oportunidades para transformar em soluções. Mulheres extraordinárias já fazem diferença no agro. Isso é empreender!”

Para Adriana, temos a oportunidade de otimizar técnicas, diminuir danos ao meio ambiente e potencializar resultado de safras. Quem está na lida diária do campo, já consegue ver e sentir com muita facilidade a evolução das técnicas de manejo e produtos com responsabilidade ambiental e, também, o campo vasto para atuação de mulheres e homens. A entrada de mulheres não exclui ou minimiza a participação de homens, pelo contrário, fazemos uma parceria boa, que só traz bons frutos. “Temos que incentivar mais mulheres para fazerem parte desse segmento fantástico que, além de promissor, nos coloca perto da terra, da natureza, nos faz ser seres humanos melhores. E não faltam incentivos para isso, inclusive, de fomentadoras financeiras. Precisamos incentivar e ajudar essas profissionais a encontrarem informação, para que suas ideias saiam do papel e se tornem projetos de resultado” – comenta Adriana Araújo.

Ela relembra que teve dificuldades quando entrou na área da saúde, setor em que atuou por cerca de 15 anos, sendo um dos cases de sucesso de sua trajetória profissional.  Independente do segmento, Adriana Araújo acredita que o mais importante é que pessoas que já atuam no agronegócio com experiência tenham a boa vontade de abrir portas e ajudar quem está começando. Ajudar não enfraquece ninguém, pelo contrário, fortalece! Sendo assim, criamos uma corrente do bem no mercado e, com isso, todos ganham. Adriana acredita que se auxiliarmos na curva de aprendizado de profissionais que estão iniciando no mercado de trabalho, iremos obter resultados melhores e mais rápidos. É o que ela procura fazer por onde passa: ser uma escada menos íngreme para quem está começando.

“Compartilhar conhecimento e promover o aprendizado, talvez seja o mais importante e o que mais o mercado precisa. Lembrando, isso não deve ser feito apenas no agro, mas sim, com outros segmentos.”

Rafaela Scaion* Engenheira Agrônoma, pós-graduada em Administração e Negócios (Unoeste).

Fonte: AGROMULHER

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